A semana passada começou com o Palácio do Planalto falando grosso e terminou com o governo falando fino para tentar conter a rebelião liderada pelo PMDB em sua base de suposto apoio do Congresso.
Na versão do departamento de propaganda oficial, o embate seria ótimo para a presidente Dilma Rousseff, que teria oportunidade de mostrar-se à opinião pública mais uma vez inflexível às demandas fisiológicas dos políticos, uma categoria em franca derrocada de imagem.
Na realidade, o governo viu-se obrigado a chamar os partidos menores da aliança para negociar caso a caso, cargo a cargo suas demandas fisiológicas a fim de tentar esvaziar o movimento dos rebeldes.
O que a presidente ganhou com isso, além de uma derrota humilhante? Absolutamente nada, uma vez que não poderá levar seu gesto de inflexibilidade à massa. O instrumento que teria para isso seria o horário eleitoral.
Nele, do total de 11 a 13 minutos dos quais poderá dispor se conseguir reeditar a aliança na última eleição, algo em torno de quatro minutos pertencem ao PMDB. Evidentemente estará impedida de atacar o aliado nessa tribuna.
Sendo assim, para que serviu o trato agressivo no Congresso? Se a ideia pretendida pelo marketing não for transmitida à massa, perde sua eficácia.
Mas, de outro lado, deixa como prejuízo um imenso mal-estar com os congressistas, cuja disposição de se empenhar pela reeleição da presidente junto aos eleitores será diretamente proporcional à má vontade com que foram tratados.
Pergunte-se a qualquer um dos deputados federais do PT o que acharam da condução do Planalto nesse episódio e se ouvirão críticas. Sob a proteção do anonimato, claro. O silêncio público da bancada na defesa da presidente nesse embate diz tudo
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