Na TV, Marina e Campos preservam Lula, mas Dilma é alvo de duras críticas

 

O programa partidário do PSB que será exibido nesta noite, em cadeia nacional de rádio e televisão, gira em torno de uma palavra: “nós”. Um pronome da primeira pessoa do plural que serve tanto para informar o eleitor que a ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade) está no mesmo projeto de poder do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, como também para anunciar de forma a não ferir a legislação eleitoral que Marina será a candidata a vice na chapa presidencial de Campos.

“O povo brasileiro já sabe o que quer: quer mudar”, diz Eduardo Campos à certa altura. “Só não sabe ainda é que nós estamos juntos para essa mudança”. Em outro trecho, Marina reforça: “Não vai ser um palanque, olhando de cima para baixo”, diz, referindo-se à aliança PSB-Rede. “Vai ser um tablado olhando de baixo para cima”. A legislação eleitoral impede que o programa partidário seja utilizado eleitoralmente, muito embora esta seja uma regra ignorada por todos os atuais pré-candidatos.

A ex-senadora Marina Silva, como é de domínio público, é mais conhecida que o governador de Pernambuco, presidente do PSB e candidato do partido ao Palácio do Planalto, a ser referendo numa convenção em junho. Marina teve cerca de 20 milhões de votos na eleição de 2010, quando concorreu pelo PV, e seus índices nas pesquisas de opinião pública rodam sempre na casa dos dois dígitos, próximo aos 20% do eleitoral. Campos, até agora, não conseguiu ultrapassar a barreira dos 10% – teve 7% na última pesquisa Datafolha.

 

A tentativa do PSB com o programa produzido pelo publicitário Edson Barbosa é transferir o maior número possível de eleitores de Marina para Eduardo Campos. Os dois são os únicos protagonistas dos dez minutos de programa. Sentados um em frente ao outro, Campos e Marina travam uma conversa intimista sobre assuntos como inflação, nova política, infra-estrutura e os supostos retrocessos ocorridos no governo Dilma Rousseff. Os dois se declaram “filhos da esperança”. As imagens foram produzidas num tom sépia.

Feito para emocionar, o programa da chapa Campos-Marina é duro na crítica a Dilma Rousseff, a adversária a ser batida pela oposição, mas evita fazer críticas ao ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o padrinho político da presidente da República. Antes pelo contrário, elogia Lula, mas também o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e Itamar Franco, em cujo governo ocorreu a estabilização da economia.

 

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