GOVERNO JÁ ADMITE QUE A INFLAÇÃO PODE ATRAPALHAR A REELEIÇÃO DE DILMA
Por Vicente Nunes / Correio Braziliense
O sinal amarelo está aceso no governo. Com a disparada da inflação, há um temor generalizado de que a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição possa ser prejudicada. Além de o elevado custo de vida já ter derrubado em sete pontos percentuais, de 43% para 36%, a popularidade do governo, todos os índices que medem a confiança dos consumidores estão desabando. Motivo: a disparada dos preços.
O que está mais assustando o Palácio do Planalto é que Dilma deu carta branca ao presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para que ele promovesse um forte aperto monetário e evitasse a disseminação dos reajustes. Mas, independentemente de o Comitê de Política Monetária (Copom) ter elevado a taxa básica (Selic) em 3,75 pontos percentuais desde abril do ano passado, de 7,25% para 11%, e de o mercado estar convencido de que os juros vão subir mais em maio, as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) só se deterioram.
ESTOURANDO O TETO
Pior do que os índices apontarem para cima nos próximos meses e de estourarem o teto da meta perseguida pelo BC, de 6,5%, é a sensação da carestia no dia a dia dos brasileiros. Nas filas de supermercados, as reclamações já não se restrigem a esse ou a aquele produto que está mais caro. A palavra inflação voltou com tudo para a boca dos consumidores. O desânimo é geral.
A ordem do Planalto é acompanhar com lupa os números da inflação e cruzá-los com as intenções de voto. Depois de muito brincar com a carestia, agora, com a campanha a reeleição se aproximando, surgiu o temor de que o elevado custo de vida pode pesar nas urnas.
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