Por Roberto Nascimento
Nada justifica o voto em branco e nulo. Trata-se apenas o que os romanos consideravam como o “jus esperniandi”, o direito de espernear, que vale muito pouca coisa no processo eleitoral.
Ao invés de anular o voto, seria mais prático procurar com lupa aqueles candidatos que desejam realmente representar o eleitor e não a si mesmo. E isso, independente de siglas partidárias, onde se abrigam pessoas honestas e muitos picaretas e aproveitadores. São aqueles que procuram financiamento no empresariado nacional e internacional para a campanha e depois trabalham para seu mecenas, e o povo, como diria nosso melhor humorista, é apenas um detalhe no processo eleitoral.
É por causa do financiamento de campanha que uma obra, orçada em 100 mil, acaba saindo por um milhão. Uma vergonha essa orgia com o dinheiro do povo. Falta transparência no trato da coisa pública. Os órgãos de controle do Estado atuam numa lentidão abissal e quase não pegam ninguém. As denúncias, principalmente de antigos aliados que ficaram de fora do negócio e que são chamados de traíras, produzem mais efeitos incomensuravelmente, e os exemplos saltam aos olhos.
LEMBRANDO QUE…
Mas é preciso sempre lembrar que é melhor um processo eleitoral defeituoso e que vai sendo aperfeiçoado ao longo do tempo, pela prática do voto, do que uma ditadura, na qual poucos escolhem pela sociedade, e pior, escolhem muito mal.
Vamos adiante, porque pode não parecer, mas, a sociedade lentamente avança no entendimento do processo democrático, cujas eleições são o ponto máximo, entre os instrumentos à disposição do povo.
O fato de ter vivido bastante e acompanhado a política desde a juventude, nos dá uma sensibilidade para o porvir. O Barão de Itararé já dizia que “de onde menos se espera, daí é que não sai nada”. E, na política os fatos se repetem enfadonhamente. Tudo é sempre igual, o que muda são os atores e o cenário.
Realmente, é difícil dormir, quando embaixo dos pés, a areia movediça vai nos enterrando lentamente, anunciando o fim da carreira tanto desejada. Os eleitores podem mudar ou continuar o processo. Mas, creio que não há possibilidade nenhuma de mudança na geleia política atual.
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