Por Deco Bancillon / Correio Braziliense

A decisão do Banco Central de injetar R$ 45 bilhões na economia em um momento em que o custo de vida já rompeu o teto da meta de inflação deixa claro que a prioridade do governo, a três meses das eleições, é apenas evitar que o país mergulhe numa recessão. A avaliação da equipe econômica é de que o país vive um colapso de confiança e que, portanto, é preciso criar uma agenda positiva para reverter o pessimismo de investidores, e das famílias.

Não é para menos. Se a previsão de crescimento de instituições conceituadas como a gestora de recursos Franklin Templeton Investments, o Banco Fibra, e a consultoria GO Associados, se confirme em 0,5%, o resultado do governo Dilma Rousseff só seria melhor do que o do período de Fernando Collor e Itamar Franco na Presidência, entre 1990 e 1994.

Se os prognósticos estiverem corretos, significa dizer que a média de expansão do PIB dos últimos quatro anos seria de apenas 1,69%. Mesmo o crescimento acumulado durante o mandato, de 6,90%, ficaria abaixo da média de expansão da economia apenas no último ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva, quando o PIB avançou 7,53%.

SINAL DE ALERTA

No Palácio do Planalto, o sinal de alerta está ligado. A avaliação ainda é de que Produto Interno Bruto (PIB) não enche a barriga do eleitor. Mas, diante da ameaça de recessão, passou-se a temer também pelo mercado de trabalho, que começa a dar sinais claros de perda de força.

O pacote de estímulo ao crédito do BC foi lançado na mesma semana em que os prognósticos do mercado financeiro para o crescimento econômico caíram abaixo de 1% pela primeira vez no ano e que o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou em 0,6 ponto a projeção de expansão da atividade para o Brasil em 2014.

 

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