Por  Angela Lacerda / O Estado de S. Paulo

Único irmão do ex-governador Eduardo Campos, o advogado Antonio Campos defende que a candidata a vice, Marina Silva, assuma a candidatura à Presidência pelo PSB no lugar do ex-governador, morto nessa quarta-feira em um acidente aéreo em Santos. “Vou defender publicamente e dentro do partido esta posição”, afirmou ele, em entrevista por telefone, ao Estado.

“Marina vai agregar valor à chapa presidencial e ao debate no Brasil”, afirmou ele, ao anunciar que vai encaminhar uma carta ao partido,explicitando sua defesa. “Se meu irmão chamou Marina para ser sua vice, com esta atitude ele externou sua vontade”, afirmou Antonio Campos, confiante de estar defendendo a posição que o ex-candidato aprovaria.

“Acho que o mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e de correr riscos para viver seus sonhos”, destacou ele. “Eduardo morreu na busca de um caminho para melhorar a nação”. Para o advogado, Marina Silva “tem essa capacidade de empunhar uma luta que debata os caminhos do Brasil e crie novos caminhos para melhorar este País”.

SUCESSORA NATURAL

 

O PSB ainda não fala sobre questões eleitorais. A interlocutores, Marina Silva também evita o assunto. De acordo com a legislação eleitoral, o PSB tem dez dias para indicar um novo candidato. Dentro da coligação, composta pelo PPS, PHS, PRP, PPL e PSL, Marina é tratada como sucessora natural.Antonio Campos disse não ter conversado com Marina sobre o assunto, mas reforçou que se Eduardo Campos lutava para abrir uma nova via política, fora da polarização entre PT e PSDB, Marina deve ser o nome escolhido pela coligação.

“Falo como membro do diretório nacional do PSB, com direito a voto, como o neto mais velho vivo do ex-governador Miguel Arraes e presidente do Instituto Miguel Arraes”, disse ele, ao lembrar da luta do avô para construir o partido socialista.

Quem será o vice ?

Fala-se ainda na possibilidade de candidatura a vice da ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Eliana Calmon, cujo perfil é marcado pela luta contra a corrupção, hoje candidata a senadora pela Bahia; no deputado Romário Farias, candidato a senador pelo Rio de Janeiro; no deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS, e no economista Eduardo Gianetti da Fonseca. Este último seria uma espécie de vacina contra as desconfianças do empresariado em relação a Marina, uma repetição do que ocorreu em 2010, quando seu vice foi o empresário Guilherme Leal. Um dos principais quadros políticos da Rede Sustentabilidade, grupo político de Marina Silva dentro do PSB, o ex-deputado Walter Feldman afirma que Marina proibiu seus correligionários de falarem sobre a eleição até o enterro de Campos. “Ninguém teve ousadia de perguntar isso a ela”, diz.

 

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