Se Marina disputar eleição, governo terá que mudar tática do “nós contra eles”
Em artigo sobre o impacto da morte precoce de Eduardo Campos, Paulo Moreira Leite, diretor do site 247 em Brasília, avalia que a eventual entrada de Marina Silva na disputa eleitoral cria problemas tanto para o tucano Aécio Neves, como para a presidente Dilma Rousseff.
No texto “É fácil entender por que os conservadores preferem Marina”, ele aponta dificuldades imediatas para Aécio no primeiro turno e problemas para Dilma num segundo turno.
“A falta de cerimonia exibida por tantos colunistas conservadores para emplacar Marina Silva de qualquer maneira como candidata presidencial do PSB, menos de 24 horas depois da morte de Eduardo Campos, é um sintoma de vários elementos da campanha de 2014. O maior é o receio de que Aécio Neves já tenha chegado a seu limite eleitoral – muito longe daquilo que seria necessário para dar a seus aliados esperanças reais de vencer o pleito – e é preciso encontrar um atalho para tentar derrotar Dilma. Desse ponto de vista, a oportunidade-Marina veio a calhar”, diz ele.
Segundo PML, Aécio estaria correndo o risco de não disputar o segundo turno. ”A popularidade de Marina provoca justo temor no PSDB, pois pode transformar-se numa candidatura capaz de atropelar Aécio e jogá-lo para terceiro lugar e fora da campanha no segundo turno, o que seria, para os tucanos, uma derrota pior que todas as outras desde 2002″, afirma.
Na sua análise, Dilma também perde, em razão dos riscos que um incerto segundo turno trariam para a sua reeleição. “Os petistas sempre estiveram convencidos de que, num segundo turno, a maioria dos parlamentares, dirigentes e eleitores do PSB não serão capazes de abandonar a própria história para votar no PSDB, que sempre denunciaram como partido conservador, e farão o caminho de volta para uma aliança com o PT. Era com essa possibilidade que Dilma e Lula sempre trabalharam nos últimos meses. Evitaram atitudes hostis e indelicadas, reservado a artilharia mais pesada para Aécio. Qualquer mudança, neste horizonte, irá atrapalhar os planos de Dilma”.
Um Novo Cenário
No cenário anterior, a eleição estava polarizada entre Dilma e o tucano Aécio Neves. Esse era a situação considerada ideal pelos governistas, uma vez que reproduzia a situação das cinco eleições passadas, que opuseram tucanos e petistas na disputa direta pelo Palácio do Planalto.
O cenário trazia um conforto para o modelo de campanha desejado pelos petistas. Com esse quadro, o discurso foi construído para comparar gestões de PT e PSDB, confrontando números, indicadores e visões de País. Sempre dentro do tema “nós contra eles”, uma espécie de zona de conforto para os estratégicas petistas.
Fonte: Agências de Notícias
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