Por João Bosco Leal
Durante toda a vida, nas mais diversas áreas, nos envolvemos em situações extremamente distintas, diante das quais, depois de algum tempo, muito provavelmente não teríamos nos comportado da mesma maneira. Isso é o aprendizado, crescimento, e feliz é aquele que, quando necessário, se arrepende, muda de opinião e segue por novos caminhos.
Situações constrangedoras, que em algum momento nos encabularam, dias depois normalmente passam a ser divertidas, provocando risos em nós mesmos. Outras, que nos provocam algum tipo de tensão, ou mesmo de ira, após algum tempo deixam de ter importância.
Pessoas que de uma forma ou outra nos magoaram, muitas vezes não o fizeram com essa intenção e o tempo se encarrega de nos fazer esquecer as que foram provocadas propositadamente.
Só o tempo é capaz de, um dia, nos fazer entender que ele jamais foi nosso inimigo, mas nosso maior mestre, mostrando-nos a importância de cada sorriso, cumprimento, abraço ou carinho e também a das pedras encontradas em nosso caminho, algumas das quais pudemos nos desviar e das outras, que nos derrubaram.
Ele nos ensina a observar, aprender com as experiências alheias, dispensando-nos de passar pelas já vividas por outros, facilitando, assim, nosso crescimento em todos os campos e mostrando que os problemas sempre existiram e existirão, mas que a fuga nunca foi ou será uma saída apropriada ou digna.
Com ele aprendemos a aceitar e não gastarmos mais energia com algo que já não pode ser mudado e também, que quando se ama verdadeiramente, não se deve pedir, reivindicar ou exigir o mesmo, mas sim oferecer nosso amor, que poderá ser ou não aceito pela pessoa amada.
O nascimento em lares mais privilegiados, social, cultural ou economicamente não determina o futuro das pessoas, pois em muitas ocasiões essas posições se invertem com o tempo, seja pelo esforço individual de uns, sua capacidade produtiva, administrativa, ou pela falta destas em outros.
O tempo, em qualquer setor, só é útil para quem o aproveita, mas dá a todos, inclusive para os que caíram e sofreram ou aos que chegam à conclusão que o perderam, a oportunidade do amadurecimento, do aprendizado constante.
Ele diariamente mostra aos mestres que, quando ensinam, estão sempre aprendendo e aos avós – antes enérgicos com seus filhos -, que hoje só devem brincar com seus netos.
Ensina que toda escolha gera uma consequência, que as mentiras fazem estragos bem maiores que os provocados pela sinceridade, que o silêncio é a maneira mais inteligente de não se desgastar desnecessariamente e que não há juiz mais justo – e também severo -, que o tempo.
Comprova que todos os acontecimentos vividos, que deram prazer ou dores, quando se errou ou acertou, foram importantes para o aprendizado, o amadurecimento, lições que proporcionaram maior experiência e provavelmente, possibilitarão a diminuição dos erros nos próximos passos.
O tempo caminha sempre ao nosso lado e lentamente vai ensinando tudo o que realmente vale a pena.
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