Apesar da cautela com as primeiras notícias da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, a avaliação realista de assessores do governo é que o episódio introduzirá uma agenda negativa na campanha da presidente Dilma Rousseff.
Há a constatação interna de que Dilma ficará na defensiva enquanto não for divulgado todo o conteúdo dos depoimentos de Costa. Apesar de não envolver diretamente a presidente, o escândalo engloba o período dos dois governos Lula e dos dois primeiros anos do mandato de Dilma.
O tom de cautela foi verificado na primeira declaração da presidente, de que será preciso aguardar informações oficiais para tomar as “providências cabíveis” e que não haverá decisão com base em especulações.
No Planalto, embora se constate que, por enquanto, não há materialidade nas informações divulgadas neste fim de semana, há o reconhecimento de que o caso tem potencial explosivo por envolver aliados estratégicos e o próprio PT, colocando Dilma na berlinda em um momento em que ela iniciava uma estratégia de desconstrução da candidatura de Marina Silva.
“A delação premiada de Paulo Roberto mudou definitivamente a pauta do debate eleitoral na campanha”, admitiu um auxiliar direto da presidente.
Na campanha de Marina Silva, a ordem é cobrar explicações de Dilma, mas preservar a memória de Eduardo Campos, apontado como um dos supostos beneficiários do esquema de Paulo Roberto Costa. “Não há elementos para se fazer qualquer citação a Eduardo Campos”, afirmou um dirigente do partido. (G1)
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