PÂNICO NO PLANALTO E NA PETROBRAS: ESTÃO SURGINDO HOMENS-BOMBA EM SÉRIE
O doleiro Alberto Youssef está a um passo de virar delator, a exemplo de seu parceiro de crime, Paulo Roberto Costa. Duas empreiteiras de porte também já fizeram acordo para entregar informações sobre a Petrobras. E isso é só a ponta. Ninguém sabe quantos delatores negociam hoje com autoridades. Mas, com certeza, são muitos os homens-bombas prontos para explodir a qualquer momento uma corrupção tão grossa como nunca se viu no país.
À onda de delação se somam movimentos na CPI da Petrobras. Membros da comissão estão na expectativa de receber documentos solicitados ao STF da operação Lava Jato na estatal. E vão dá-los ao conhecimento público, assim que os tiverem em mãos. Estão se espelhando na CPI dos Sanguessugas, em 2006, que atuou e divulgou dados até o finalzinho da campanha. Em suma, o ambiente nunca foi tão propício a escândalos.
SALVE-SE QUEM PUDER
A delação de poderosos por Costa e a possibilidade de vitória da oposição deflagraram o salve-se quem puder, com cada envolvido tentando livrar a própria pele. Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, já botou a culpa no Planalto por mazelas na estatal. E como ele, há muitos mais tentando desviar para outros e para o governo a responsabilidade por atos na estatal.
Circularam rumores em BH de que Marcos Valério estaria querendo contar o que sabe e ainda não disse sobre o mensalão. Uma parte do processo segue tramitando na Justiça de Minas
MENSAGEM NO AR
A sessão da CPI que tentou ouvir Costa, quarta-feira, foi palco de uma espécie de estreia do novo senador mineiro, Antônio Aureliano (PSDB), suplente de Clésio Andrade. O filho de Aureliano Chaves fez intervenções muito consistentes, próprias de quem conhece o assunto.
Um comentário em especial chamou atenções: quando o senador observou que o delator da Petrobras também era movido pelo desejo de ajudar o país e a empresa. Para quem sabe que o pai foi um ídolo na estatal, as palavras de Antônio Aureliano soaram como uma mensagem: a de que por trás da delação de Costa há outros funcionários que vêm ajudando as investigações da polícia, motivados sim por interesses nobres.
Por Raquel Faria / O Tempo
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