Por Geraldo Samor
Gestores de investimentos que ganham a vida avaliando e precificando risco — dizem que nunca foi tão difícil saber o que fazer com seus portfólios para se preparar para o day after da eleição do próximo domingo.As visões de País quase antagônicas representadas por PT e PSDB e a inédita polarização da sociedade, que ameaça levar o segundo turno para um dramático cara ou coroa, aumentaram o nível de ansiedade e incerteza dos gestores a patamares que lembram a crise de 2008. A procura por rivotril está grande.
“Nunca vi uma situação tão difícil quanto essa,” diz um gestor. “O que a gente passou em 2008 é fichinha perto do que a gente está passando agora em termos da dificuldade de avaliar o risco. Em 2008, você tinha alguns sinais de que havia uma crise a caminho e que te ajudavam a fazer uma análise. A gente sabia que as coisas estavam relativamente caras e que havia muito risco, e à medida que [os mercados] iam caindo, você podia começar a comprar ações de empresas que não deveriam ser afetadas — por exemplo, as pessoas não vão deixar de comprar comida ou usar energia elétrica etc…
“Agora é um negócio infernal. Se o Aécio ganhar, você deve ver a Bovespa abrindo entre 10% e 15% de alta na segunda-feira; e se a Dilma ganhar, de 10% a 15% de baixa.”Geralmente, gestores de fundos de ações mantêm em caixa entre 5% e 10% dos recursos que administram, para poder honrar resgates de clientes. Quando o gestor quer ser excessivamente cauteloso, mantém 20% em caixa. O gestor da conversa acima disse que está com cerca de 30%.
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