Por Carlos Chagas

Apesar das baixarias na campanha eleitoral e das sucessivas denúncias de corrupção que assolam o país, sempre mais execráveis hoje do que ontem, desde que existimos como nação – apesar de tudo isso haverá que reconhecer: nossa democracia funciona, depois de interregnos ditatoriais, elitismo, colonialismo e marginalização das massas. O país vive um período ainda difícil mas superior aos anteriores. Não se trata de obra devida a Dilma, Lula, Fernando Henrique, Itamar, Collor, Sarney, Tancredo e antecedentes. Cada um terá feito o possível, bem como deixado de fazer o necessário. Como não há almoço de graça, também não há milagres.

Feito o preâmbulo, abre-se na véspera da eleição a questão pontual sobre se Dilma Rousseff ou Aécio Neves irão dormir, amanhã, eleitos ou derrotados. A dúvida persistirá até o fechamento das urnas, mas quando for esclarecida, em muito pouco ou em nada modificará a vida do cidadão comum. A sociedade, com todos os vícios e defeitos, permanecerá como a garantia de que apesar dos governos, nosso objetivo maior será a felicidade geral, o bem-comum que poucos visualizam filosoficamente mas todos desejam acima de qualquer outra coisa.

Ninguém se iluda quanto às promessas de campanha dos candidatos. Foram expedientes visando angariar votos e assegurar o poder para os grupos organizados em torno deles. Para melhorar a vida de cada um, tudo dependerá apenas de nós, acima e além de ideologias, partidos, religiões, raças e demais valores vigentes. Sendo assim, seria melhor deixar assentar a poeira das campanhas e indagar como poderemos, cuidando de nossos interesses e cultivando nossas concepções, contribuir para o aprimoramento do conjunto. Nenhum gesto heroico ou estoicismo exagerado se tornará necessário. Basta seguir vivendo dentro das normas inerentes à pessoa humana, atentos ao desenvolvimento material à nossa volta.

Por tudo isso, torna-se imprescindível rejeitar a figura de salvadores da pátria, de milagreiros e condutores de povos. A força para seguir adiante está dentro de nós mesmos, entre conquistas e adversidades

 

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