Quando coronel, o inesquecível marechal Cândido Rondon chefiou as tropas governistas que combatiam a Coluna Prestes. À imprensa, conforme relata Daniel Aarão Reis em livro sobre a vida de Luís Carlos Prestes, Rondon declarou que seus adversários “estavam no fundo da garrafa”, ou seja, arrolhados e sem saída. Por isso, refugiaram-se no Paraguai e depois retornaram a Mato Grosso, quer dizer, “quebraram o fundo da garrafa”.
Não vem ao caso, hoje, lembrar a epopeia vitoriosa da Coluna Prestes, que percorreu 24 mil quilômetros no sertão brasileiro, levando a revolução ao interior e jamais perdendo uma batalha para o governo.
A história é referida por conta de um paralelo com a realidade atual. A presidente Dilma chegou ao fundo da garrafa no escândalo da Petrobras. Não pode mais dizer que não sabia, muito menos se negará que em sua companhia está Graça Foster, também ignorante da lambança. São amigas íntimas. Em recente entrevista, Venina Velosa da Fonseca confirma não apenas as denúncias que fez, por escrito, à atual presidente da estatal petrolífera. Também ao vivo, no gabinete dela, alertou a então diretora de Gás e Energia para o desvio de recursos no setor da comunicação social.
Dilma e Graça quebraram o fundo da garrafa, uma não demitindo, outra não pedindo demissão da presidência da Petrobras. Em fevereiro, quando a pedido do procurador-geral da República estiver sendo aberto processo contra os políticos envolvidos no escândalo, é provável que Graça Foster venha a ser denunciada. Parece que só ela. Se estará ou não no lugar que ocupa, é questão para Dilma resolver, mas fica evidente, conforme a lei penal, terem as duas se omitido.
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