Ao formar o ministério de seu segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff mirou no apoio que precisa ter na Câmara dos Deputados, tentando garantir a maioria numérica dos votos e uma relação menos turbulenta com os parlamentares. O Palácio do Planalto não quer ser refém dos peemedebistas.
Principal partido aliado do PT, o PMDB foi a sigla da base que mais deu dor de cabeça à presidente nas votações e discussões feitas no Congresso durante o primeiro mandato.
Para minimizar o peso e a pressão desse aliado, Dilma conta agora com o trabalho de Gilberto Kassab (PSD), no Ministério das Cidades, para agilizar a recriação do PL (Partido Liberal), e de Cid Gomes (PROS), na Educação, para liderar um bloco de partidos capaz de garantir a margem de segurança de que o governo precisa. Kassab e Cid foram colocados por Dilma em dois postos considerados chave da Esplanada dos Ministérios.
FORMANDO A MAIORIA
Ao entregar pastas a oito partidos aliados – PSD, PP, PR, PTB, PRB, PDT, PROS e PCdoB –, Dilma buscou garantir o apoio dos 193 deputados dessas legendas. Com o PT, que elegeu 70 parlamentares, ela teria 263 votos, mais do que os 257 que formam a maioria absoluta dos 513 deputados eleitos e que são o número necessário para aprovar projetos de lei, medidas provisórias e barrar propostas da oposição.
Apesar de o PMDB ser considerado pelo governo o mais infiel dos aliados, se somados seus deputados, o Planalto ainda conseguiria chegar a 329 votos, correspondendo à ampla maioria da composição da Casa – o que permitiria, inclusive, mudanças constitucionais.
Pelos cálculos do governo, o novo partido nascerá como a terceira maior bancada do país, atrás apenas do PT e do PMDB, com 66 parlamentares. Após ser criado, haveria a fusão do novo PL com o PSD. O PSDB é atualmente a terceira maior bancada na Câmara Federal, com 54 parlamentares eleitos.
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