A mídia impressa vive uma crise latente. E não é de hoje! Vem se arrastando desde que a internet se consolidou como um dos mais importantes vetores da informação no País. Não há um só veículo de papel imune aos efeitos deste tsunami que varre o mundo.
A semana termina escancarando esse drama no Brasil. Primeiro, foi a Abril, em São Paulo, que entregou metade dos andares que ocupa e viu o busto do fundador Victor Civita ser removido. Após cortes de gastos e reestruturações em seus produtos editoriais, a editora Abril tem esvaziado andares de sua sede em São Paulo (SP).
Uma parte do prédio teria sido entregue a um fundo investidor do Banco do Brasil, dono do imóvel. O principal motivo para as mudanças teria sido a diminuição de operações na editora desde 2013, envolvendo desde a transferência de dez publicações para a Editora Caras até o fim da versão impressa da revista Info.
Em 2014, a editoria já havia dividido parte de suas atividades com o prédio localizado na Marginal Tietê, que pertence à Abril e não é alugado. Já o Estado de Minas demitiu 11 profissionais experientes. No caso mineiro, houve uma reação do Sindicato dos Jornalistas por ter misturado jornalismo e política, de forma tão explícita.
Agora, é o jornal Globo, uma das espinhas dorsais da mídia impressa, integrante do grupo mais poderoso de comunicação do Brasil nos dias atuais. Cortou 100 profissionais, dos quais 30 na redação. Entre os demitidos estão Fernanda Escóssia, ex-editora de ‘País’; os colunistas Jorge Luiz (‘Esporte’), Artur Xexéo (‘Cultura’) e Agostinho Vieira (‘Meio Ambiente’), além da ex-editora de ‘Rio’, Angelina Nunes.
Até quando o impresso vai resistir no Brasil? Fala-se em cinco anos e os mais céticos em, no máximo, três anos. Tudo porque as pessoas passaram a buscar informações pelos meios digitais. A leitura de jornais diariamente é hábito de apenas 6% das pessoas (25% dizem ler um jornal por semana) e 7% costumam ler revistas semanais.
Já a internet, segundo estudo recente divulgado pelo Palácio do Planalto, é o meio de comunicação que mais cresce entre os brasileiros. Um quarto da população já acessa a rede diariamente: de segunda a sexta-feira, com uma intensidade média de 3h39 minutos, e durante 3h49 nos finais de semana.
Os usuários estão concentrados na faixa etária de até 25 anos, com 77% do total de entrevistados e predominância entre moradores das grandes cidades e pessoas com renda mais alta e maior escolaridade. A maioria dos usuários (84%) acessa a internet pelo computador, mas 40% também usam o celular para entrar na rede.
Pelos números, infelizmente é uma questão de tempo para que a crise da mídia impressa no mundo desenvolvido varra o Brasil e os demais mercados emergentes, como previu a jornalista inglesa Tina Brown, editora-chefe da revista Newsweek, em recente palestra no Brasil.
Fonte: Blog do Magno
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