Por Francisco Vieira

Por aqui no Brasil é possível ver o rabo abanando o cachorro e a vítima de estupro ser exposta à televisão por, no mínimo, ter facilitado a empreitada (não direi crime, porque não quero culpar, antecipadamente, o suspeito e ferir sua reinserção social), enquanto se resguarda a imagem do estuprador. Será que foi da França que importamos a nossa ideologia e os nossos especialistas?

Vejamos o que disse o sociólogo francês Raphael Liogier, diretor de um observatório de religião e professor de estudos políticos em Aix-en-Provence, ao proclamar que o problema é a Europa: “O desafio real não são os muçulmanos. É o fato de estarmos em uma sociedade em que existe um orgulho narcisista de quem era o centro do mundo e perdeu a influência. Isso levou a debates de identidade na Europa. Essas pessoas se dizem os ‘franceses reais’, os ‘alemães reais’, os ‘italianos reais’ e se sentem ameaçados pelo islã. ‘Multicultural’ virou uma palavra ruim.”

O que o especialista queria que os europeus fizessem? Que abrissem mão do orgulho de ser e de dizer o que são (mesmo que não sejam), para passarem a se considerar lixo? Quer dizer que amanhã, se eu demonstrar o mesmo orgulho dos europeus, darei o direito do meu vizinho vir até a minha casa e me matar? Será que eu tenho que decorar a minha casa de acordo com o gosto do meu inquilino? Não seria mais sensato ele voltar para a casa dele ou alugar outro imóvel?

Quanto à Europa ainda se considerar o centro do mundo, não há dúvida de que esta premissa é verdadeira. Vejam as duas listas abaixo e imaginem que lugar o sociólogo francês escolheria para passar as férias com a família

Os dez países com melhores índices de desenvolvimento humano do planeta:
1° Noruega: 0,938.
2° Austrália: 0,937.
3° Nova Zelândia: 0,907.
4° Estados Unidos: 0,902.
5° Irlanda: 0,895.
6° Liechtenstein: 0,891.
7° Países Baixos (Holanda): 0,890.
8° Canadá: 0,888.
9° Suécia: 0,885.
10° Alemanha: 0,885.

Percebam que todos eles, quando não são europeus, tiveram o dedo de europeus nos respectivos desenvolvimentos. Aproveitem e vejam se na lista tem algum país muçulmano ou algum que coloque a religião acima do Estado.

Agora vejam a lista dos piores países do mundo e cheguem a sua própria conclusão:

178º – Moçambique: 0,393
179º – Guiné: 0,392
180º – Burundi: 0,389
181º – Burkina Faso: 0,388
182º – Eritreia: 0,381
183º – Serra Leoa: 0,374
184º – Chade: 0,372
185º – Rep. Centro-Africana: 0,341
186º – Rep.Dem. do Congo: 0,338
187º – Níger: 0,337
(Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU – 2013 )

FRUSTRAÇÃO DOS IMIGRANTES

Disse o especialista francês: “O debate de identidade e a atitude da sociedade, para Liogier, levam ao isolamento de comunidades e à frustração de parte da população. Marginalizados, jovens recorrem ao fanatismo religioso. O fato de isso (o ataque terrorista) ser feito em termos islâmicos não significa que haja relação com o Islã.”

Tudo conversa fiada. A “marginalização” ocorre porque pelo menos parte dos imigrantes foi para a Europa com uma mão na frente e outra atrás ou despreparados profissional e intelectualmente, mas ficam se comparando com o nível de vida dos europeus, que há séculos já estavam bem estabelecidos nos próprios países. Onde uma pessoa sem profissão, sem preparo e sem recursos irá morar? Em castelos na região nobre da cidade? Ou na periferia, junto com os outros que tem a mesma renda?

Porém, o mais agravante na “marginalização” não é apenas situação profissional e financeira dos imigrantes, mas o fato de terem mais filhos do que os europeus. Enquanto as francesas têm, em média, 1.8 filhos, as imigrantes mulçumanas têm 8.1 filhos.

ASCENSÃO SOCIAL

Quem viverá melhor e terá mais recursos para investir em educação e em qualidade de vida e ascender socialmente? Quem tem que cuidar de dois filhos ou quem tem que cuidar de oito? Como você viveria ganhando menos e com três, quatro filhos a mais? Que tal se eles deixassem de comparar vida que levam com a vida dos europeus e começassem a comparar a própria vida com a vida dos seus parentes e compatriotas que ficaram nos países de origem???

A Europa é o que é porque separou a religião do Estado e valorizou o conhecimento. O mais curioso é que as pessoas, mesmo as mais religiosas, não passam as férias na Arábia Saudita, no Afeganistão, na Nigéria ou em lugares onde a religiosidade tem mais força do que o Estado e, portanto, haveria um “clima de convivência e harmonia espiritual e celestial”.

A Europa é uma droga? Ao contrário de Cuba ou da China, o aeroporto está franqueado a todos que quiserem voltar ao paraíso de origem. Finalmente, matar alguém pode deixar de ser crime e apenas representar guerra santa ou cultural?

 

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