Em jantar no Palácio do Jaburu, residência da vice-presidência da República, na noite dessa segunda-feira, integrantes da cúpula do PMDB decidiram abrir guerra contra a criação de partidos e vão encampar proposta que estabelece uma “quarentena” para fusões de novas legendas.No curto prazo, está na mira dos peemedebistas as movimentações do ministro das Cidade, Gilberto Kassab (PSD), que trabalha para oficializar o Partido Liberal (PL). O encontro de ontem foi promovido pelo vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, e contou com os principais líderes do partido como os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e o da Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

Para integrantes da cúpula do PMDB, a criação de novas legendas só serve para enfraquecer os maiores partidos. No jantar, o presidente da Câmara revelou que articula com o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), a apresentação e votação de um projeto que cria barreiras para a fusão dos partidos recém-criados.

O DEM foi o principal prejudicado com o surgimento do PSD de Kassab, ocorrido em 2011. Na ocasião, quase metade da bancada dos deputados federais do partido de oposição migrou para a legenda do atual ministro da Cidade. Alinhado com o presidente da Câmara, Mendonça ingressou ontem com projeto de lei que cria uma “quarentena” para a realização de fusões e incorporações entre os partidos.”O projeto define que será necessário no mínimo 5 anos da criação de um partido para que ele possa se fundir. A ideia é acabar com essa indústria de criação de partidos”, afirmou o democrata ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Mendonça esteve no gabinete do presidente da Câmara antes do jantar ocorrido no Jaburu, ocasião que tratou do tema com Cunha. Segundo o líder do DEM, ele vai apresentar na reunião de líderes de bancada, marcada para esta terça-feira, 3, um requerimento com pedido de urgência para que a tramitação da proposta seja célere dentro da Casa.

 

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