Por Carlos Chagas

Manifestações tão intoleráveis quanto inevitáveis acontecerão no próximo dia 15. Não se fala dos protestos previstos para aquele dia, como reação nacional diante dos descaminhos do governo Dilma. A população tem o direito de exprimir sua discordância ocupando as ruas em passeatas que poderão ser ruidosas e até desrespeitosas, mas pretendendo-se pacíficas.

A referência, hoje, é para a baderna e as agressões ao patrimônio público e privado que certas organizações já preparam para misturar-se às passeatas. Está tudo sendo engendrado para as infiltrações dos black blocs e outros bandidos associados, só que com mais intensidade. Pretendem, esses grupos, aumentar o ritmo das depredações e invasões, empenhados em valer-se da justa revolta do cidadão comum, em especial a juventude, para tirar proveito da violência. O comércio que se cuide, ao longo das principais ruas e avenidas.

A novidade, pela previsão dos órgãos de informação, será o acirramento do choque entre os cidadãos mais exaltados na crítica ao governo Dilma e as milícias que o PT e penduricalhos já preparam. Porque até o “exército do Stédile” está sendo convocado, conforme previsão do próprio Lula. Uma espécie de ensaio geral aconteceu na calçada da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio, dias atrás. Certos companheiros parecem dispostos ao confronto físico, talvez na falta de argumentos mais racionais para defender o governo de Madame.

Como se disse acima, esses acontecimentos serão tão intoleráveis quanto inevitáveis. A fúria de uns poucos suplantará o ânimo pacífico de muitos, agregando-se agora esse novo fator à equação: o desejo do Partido dos Trabalhadores de não mais assistir calado as reações e até as ofensas aos seus dirigentes.

Retratam-se, aqui, três estados de espírito que não precisavam ser beligerantes, mas serão: a maioria dos manifestantes empenhados em demonstrar sua discordância com os rumos tomados pelo governo; os arruaceiros e bandidos prontos para aproveitar-se das manifestações para destruir e roubar; e agora os companheiros dispostos a provar serem tão bons de murros quanto de votos. No meio deles, jamais conseguirá a polícia garantir um mínimo de ordem. Recomenda-se, assim, deixar as crianças em casa, dia 15.

COISAS DO CAPETA

A gente fica pensando se a presidente Dilma não está desejando mesmo a própria rejeição. Ou o impeachment. Porque depois das pauladas nos direitos do trabalhador, reduzindo o seguro-desemprego e a pensão das viúvas, voltou-se o ministro da Fazenda para aumentar em até 150% o imposto das empresas, extinguindo os mecanismos de desoneração das folhas de pagamento. O desemprego já crescente com os escândalos na Petrobras agora vai acelerar. O saco de maldades do governo continua aberto, jorrando sucessivas iniciativas que penalizam os assalariados. E com nenhuma educação, pois Joaquim Levy acaba de chamar de “grosseira” a anterior desoneração, esquecendo-se de ter sido praticada pela própria presidente Dilma, anos atrás. Qualquer dia assistiremos nascer a campanha do “volta Mantega”…

 

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