Não dá para deixar de associar o maior escândalo do País – a operação Lava Jato – ao Governo. Isso não significa dizer que a presidente Dilma está diretamente envolvida ou foi um pecado capital seu nome não aparecer na lista de Janot. O Governo está comprometido porque a lista de suspeitos passa por gabinetes influentes e poderosos da Esplanada, do Palácio do Planalto e do Congresso.

Envolve políticos de cinco partidos – PMDB (7), PP (32), PSDB (1), PTB (1) e o PT, partido que está no poder, oito. Rodrigo Janot, procurador-geral da República, pediu abertura de inquérito por ter encontrado indícios de crime de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas. O envolvimento dos políticos com mandato se deu nas delações do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

E também nas delações do doleiro Alberto Youssef. Quem se beneficiou do dinheiro desviado na Petrobras vai ter de se explicar, inclusive pessoas bem próximas a presidente Dilma e ao ex-presidente Lula. Dilma não teve seu nome citado, mas procuradores já consideram a possibilidade de pedir ao ministro Teori Zavascki, relator do caso no STF, autorização para tomar o depoimento da presidente.

Tudo porque, em uma das peças enviadas ao STF, o procurador-geral cita nominalmente um trecho da relação premiada, do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em que afirma que, em 2010, o então coordenador da campanha de Dilma, Antônio Palocci, que aparece na lista, pediu dinheiro do esquema para pagar despesas do comitê da petista.

Paulo Roberto, em seu depoimento, revela que autorizou o doleiro Alberto Youssef a repassar R$ 2 milhões para a campanha de Dilma em 2010. Dilma não foi citada porque há um artigo da Constituição no qual se lê que o presidente da República, na vigência do mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício das suas funções.

Na fase de investigação, outros políticos podem ser incluídos ou apenas convocados a depor, até mesmo a presidente Dilma, mediante autorização do relator Zavascki. A presidente tem imunidade temporária. Ela só pode ser processada por fatos atinentes ao seu mandato.

Isso, porém, não significa uma declaração de inocência. Ela poderá ser investigada e denunciada ao fim do mandato, ou antes, caso se comprove que usou o cargo para beneficiar a quadrilha ou recebeu vantagem. Quanto ao ex-presidente Lula, caso os investigadores decidam investigá-lo, a apuração se dará no âmbito da Operação Lava Jato no Paraná, já que ele não tem mais direito a foro privilegiado.

Fonte: Blog Magno Martins

 

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