Convocado para explicar recentes declarações sobre a Câmara, o ministro da Educação, Cid Gomes, rejeitou a possibilidade de esclarecer as falas e acabou aumentando a temperatura no plenário da Casa. Em fevereiro, durante visita à Universidade Federal do Pará, ele afirmou que o Parlamento tem “300 achacadores”. “Prefiro ser acusado por ele de mal-educado do que ser acusado como ele acusado de achaque”, afirmou o ministro, apontando para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
“Prefiro ser acusado de mal educado do que acusado de achaque”, disparou o ministro, hoje, visivelmente irritado pela convocação. A audiência pública ainda está em andamento no plenário da Câmara.
No momento da frase, Gomes teria apontado para a presidência da Casa, hoje comandada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ministro falou por aproximadamente 40 minutos na tribuna. Disse que preferia visitar a Câmara em outra circunstância, para falar sobre outros projetos, como o Enem digital e as mudanças no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Reclamou do fato de uma comissão ter sido formada para visitá-lo no Hospital Sírio Libanês, na semana passada. “Quem custeou as despesas [dos deputados]”, atacou.
Ao receber uma vaia de integrantes da oposição e até da base, Gomes partiu para o ataque. Disse que era preciso investigar quem aprovou a comissão externa – a decisão foi exclusiva de Cunha – e criticou o fato de ter recebido a visita de três deputados no hospital. “Eu, ministro da Educação, fui acusado de mal educado. Eu prefiro ser acusado de mal educado do que acusado de achaque”, afirmou.
Ele ainda disparou contra deputados da base. “Tenho, sempre tive e sempre terei profundo respeito pelo Legislativo, pelo Parlamento. Isso não quer dizer que concorde com a postura de alguns, de vários, de muitos, tem uma postura de oportunismo”, afirmou, fazendo um pedido incomum: “Larguem o osso, saiam do governo e entrem para a oposição”.
Demitido
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), acaba de interromper a sessão na Casa para anunciar a demissão do Ministro da Educação, Cid Gomes (PROS). O titular da pasta deixou intempestivamente a sessão da Câmara em que iria explicar sua frase sobre a existência de “300 ou 400 achacadores” na Casa –a qual descambou para trocas de acusações diretas sobre o que o ministro chamou de intenção do PMDB de tomar a sua pasta. Eduardo Cunha recebeu nesta quarta-feira (18), à tarde, uma ligação da Casa Civil afirmando a demissão do ministro.
Fonte : Portal Fato Online
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