Será de 69,9 bilhões de reais o corte promovido pelo governo no Orçamento de 2015. O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Os cortes são anunciados com três meses de atraso, na data limite prevista na lei, e devem encorpar o esforço fiscal feito pelo governo para alcançar a meta de superávit primário (a economia do governo para o pagamento de juros da dívida) de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor total previsto para gastos do ano ficou em 1,37 trilhão de reais.

Nenhum ministério foi poupado do corte. O contingenciamento atinge ainda 25,7 bilhões de reais do Programa de Aceleração do Crescimento, o equivalente a 38,2% do orçamento previsto inicialmente. Já as emendas parlamentares serão penalizadas em 21,4 bilhões de reais.

Segundo Barbosa, o Bolsa Família foi poupado, mas não o Minha Casa Minha Vida. Do orçamento de 19,3 bilhões.

O Brasil está de mãos atadas. A inflação se mantém, persistentemente, acima de 8%, obrigando o Comitê de Política Monetária (Copom) a pesar a mão sobre a taxa básica (Selic), a ponto de os analistas já falarem em juros de 14% ao ano — estão em 13,25%.O caixa do Tesouro Nacional está destruído. Não há confiança na presidente Dilma. Por mais que ela tenha terceirizado a administração — na política, o comando está com o vice-presidente Michel Temer; na economia, com Joaquim Levy —, os agentes econômicos temem retrocessos.

Pode ser que o BC de Alexandre Tombini finalmente cumpra a promessa de levar a inflação para o centro da meta ao fim do ano que vem. Será motivo de regozijo pela população, sobretudo a mais pobre, que já enfrenta dificuldades para levar comida à mesa. Mas dizer que o sucesso da autoridade monetária é o passaporte para um futuro promissor requer muita boa vontade. Nem mesmo no país de ficção que o PT apresenta em seus programas eleitorais isso seria possível. ( Agências de Notícias )

 

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