Por Pedro Ricardo Maximino

Em meio à crise interna das oportunidades perdidas e ao “ajuste fiscal” que sacrifica os trabalhadores, prevalecem a vaidade, a pirraça e a perda da noção do ridículo. Ao comparar os atuais delatores de investigações aos presos da ditadura, que eram forçados a confessar e a acusar mediante tortura, Dilma brinca com temas sérios para que seu discurso alucinado seja interpretado de maneira lúdica, assim como fora feito com a “saudação à mandioca”, tão destacada pelo ministro Marco Aurélio e por outras figuras públicas mais sarcásticas.Nesse contexto, em meio às gafes sem noção e ao humor típico de hienas, creio que a governanta e sua trupe deveriam voltar a frequentar o catecismo, não pela desapontadora CNBB, mas pelas lições de popularidade, carisma e grandeza do atual líder da Igreja Católica, bem como pelo papado pop de João Paulo Segundo, diferentemente contraditório, mas útil no embate geopolítico e dos interesses econômicos e eclesiásticos de sua época.

Portanto, aproveitando a visita do líder católico à América Latina, do lado de cá do Equador (recheado de pecados, de massacres, mas também de lutas, de resistência, de ilusões e de usurpações), algumas lições das inesquecíveis e sábias parábolas jesuíticas merecem ser rememoradas, sobretudo retomando-se o sonho educacional e universitário de promoção do conhecimento e da liberdade, cultivado por alguns missionários de nossa história, que teriam mudado a trajetória de nosso continente se não fossem covardemente perseguidos.

ALGUMAS PARÁBOLAS

Observando os erros, acertos, sacrifícios e desesperos da Grécia, devem lembrar da “parábola da dracma perdida”, num caminho sem visibilidade, em meio aos atropelos dos arrochos atrasados no precipício ao término de um aclive. Sem dúvida, um grito a ser ouvido e interpretado, caso a parabólica dos governantes brasileiros volte a funcionar, conferindo-lhes um mínimo de bom senso e de coerência.A parábola do filho pródigo também precisa ser compreendida no governo brasileiro, que gastou toda a oportunidade da alta das commodities engordando as contas dos amigos e iludindo os contribuintes-eleitores-consumidores com propagandas abusivamente enganosas.

Como principal parábola a ser aprendida, deve ser destacado que nos falta, via banco de fomento, a parábola do semeador. Eis o principal pecado que origina a tragédia que vivemos nos setores mais carentes. A Bíblia ensina que é preciso semear em terra boa, sem atirar pérolas aos porcos, além de investir bem os talentos, para ganhar produtividade sustentável e competitividade, ao invés de exibir pedaladas que não nos conduzem a parte alguma.

 

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