O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse, nesta segunda-feira (20), que aceita ficar cara a cara com o delator que o acusou de pedir 5 milhões de dólares em propina, o lobista Julio Camargo, se Dilma também for convocada pela CPI da Petrobras. Ele ainda pediu que o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva, sejam acareados com delatores da Operação Lava Jato.

Acho oportunista querer falar em acareação. Estou disposto a fazer em qualquer tempo. Aproveitem e convoquem todos os que estão em contradição. O ministro Mercadante e o ministro Edinho negam o que foi dito por Ricardo Pessoa. A presidente nega o que foi colocado pelo Youssef. Que façam acareação de todos”, disse Cunha.

Além da provocação aos petistas, Cunha também já se manifestou publicamente contra a investigação. Após depoimento em que Camargo o acusou de estar envolvido no esquema de propina, Cunha disse que o procurador geral da República, Rodrigo Janot, se articula com o Palácio do Planalto para prejudicá-lo, incriminando-o na Operação Lava Jato. Um dia após a revelação do suposto envolvimento de Cunha, ele anunciou rompimento com o governo.

Por conta do suposto envolvimento, Cunha é um dos políticos investigados no âmbito do Supremo Tribunal Federal. Ele é alvo de inquérito da Lava Jato por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.Os desafiados por Cunha para futura acareação não respondem a nenhuma investigação formal. Contudo, Dilma foi citada, junto a Lula, por Youssef. O doleiro afirmou, sem apresentar provas, que a atual e o ex-presidente sabiam do esquema de corrupção na estatal.

Já Mercadante e Edinho, segundo a revista Veja, foram citados pelo empreiteiro da UTC Ricardo Pessoa. Eles teriam se beneficiado de dinheiro de propina para campanha presidencial de Dilma. (Congresso em Foco)

 

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