Na véspera do anúncio da redução da meta fiscal para este ano, esta semana a condução da política econômica do ministro Joaquim Levy (Fazenda) foi alvo de duras críticas durante reunião entre o presidente do PT, Rui Falcão, e ministros e ex-ministros do partido.
Segundo a reportagem apurou, os petistas fizeram um discurso pessimista quanto à crise econômica e avaliaram que “do jeito que está” é “impossível” recuperar a popularidade da presidente Dilma.
“A política econômica está acabando com o governo”, disse, sob condição de anonimato, um dos presentes ao encontro que ocorreu na noite desta terça-feira, na sede nacional do PT em Brasília.
A principal queixa é sobre os cortes estimulados por Levy que, segundo os ministros, têm prejudicado os programas sociais, principal bandeira do governo petista.
Nesta quarta-feira, o Planalto anunciou a redução da meta fiscal de 1,1% para 0,15% do PIB, admitindo, inclusive, deficit nas contas públicas deste ano. A medida deve prolongar o tempo do ajuste e a alta da dívida pública.
REDUÇÃO DA META
Levy insistia em não reduzir a meta e propôs um novo corte, de R$ 8,6 bilhões, dois meses após o governo anunciar um contingenciamento de R$ 70 bilhões.
Segundo participantes da reunião, a redução da meta fiscal não muda o discurso dos petistas, pois já estava sendo esperada há semanas.
A avaliação, dizem, é a de que o governo não tem mais de onde cortar e, ao invés de tentar acenar ao mercado, como quer o ministro da Fazenda, deveria se atentar às bases, retomar o crédito e estimular o consumo “para que o Brasil volte a crescer”.
DEFENDER DILMA
Falcão pediu ainda que os ministros viagem o país para se reunir com líderes petistas, evitando debandadas do partido e dando argumentos para a militância defender a gestão Dilma.
O problema, disseram os integrantes da Esplanada dos Ministérios, é que os prefeitos não recebem repasses do governo e, com obras e programas parados, não defendem mais a presidente.
Entre os participantes do encontro estavam o ex-ministro Gilberto Carvalho, os ministros Arthur Chioro (Saúde), Carlos Gabas (Previdência Social), Pepe Vargas (Direitos Humanos), Eleonora Menicucci (Mulheres), e a presidente da Caixa Econômica e ex-ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
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