Estudantes da rede pública mostram projetos em feiras internacionais

 

De que forma a Jurema, uma árvore típica do sertão nordestino, pode ajudar no tratamento da água? Como a embalagem do cimento auxilia na construção das calçadas? Esses foram alguns dos questionamentos levantados por estudantes de escolas públicas e transformados em projetos de feiras de ciências. Foi a partir de uma ideia e de uma curiosidade que o jovem João Lucas Moura, de apenas 17 anos, acabou desembarcando na Europa. O estudante do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Governador Dix-Sept Rosado, em Mossoró, foi selecionado para mostrar o resultado de sua pesquisa na Youth Science Meeting, uma feira que reuniu jovens cientistas do mundo inteiro na cidade de Faro, em Portugal, no final de julho.

Vinte e oito projetos de estudantes de diversos países foram apresentados no evento, entre eles o de João Lucas. O mossoroense pesquisa o uso de plantas da caatinga para a filtragem da água. O jovem experimentou a Jurema e o Sapoti – duas plantas do sertão – no tratamento de águas poluídas e conseguiu ótimos resultados a ponto de ser convidado a mostrar o projeto na Europa. “Nunca imaginei que isso pudesse acontecer”, contou entusiasmado o jovem.

Foram duas semanas defendendo o projeto e interagindo com outros estudantes e outras culturas. O professor Leudson Souza, de Língua Inglesa, foi quem acompanhou João Lucas à Europa e também gostou do desempenho do aluno e da experiência de mundo que o jovem sertanejo do interior potiguar ganhou em terras portuguesas.Quem também voltou completamente entusiasmada da Europa foi a professora Giany Pedrosa, da Escola Estadual Moreira Dias, também de Mossoró. Giany acompanhou 3 alunos de Ensino Médio de 3 escolas públicas. Caio Mateus da Silva, de 17 anos, Bárbara Amorim Rodrigues, de 16, e Nayonara Yasmin Alves, de 18, foram para mais longe. No final de julho e início de agosto, essa comitiva desembarcou na Inglaterra para participar doLondon International Youth Science Forum, ou seja, o fórum de jovens cientistas de Londres.

Este ano o evento reuniu 120 projetos de estudantes de 64 países. Os mossoroenses foram os únicos alunos brasileiros de escolas estaduais presentes no fórum. Na terra da rainha, os jovens potiguares levaram conhecimento e voltaram com a bagagem cheia de descobertas. Caio, da Escola Estadual Moreira Dias, foi explicar para o mundo que a folha do Nim é um ótimo carrapaticida. Bárbara, da Escola Estadual Aida Ramalho, mostrou que as embalagens de cimento podem sim ser uma ferramenta a mais para a fixação de blocos de concreto nas calçadas. Já Yasmin, da Escola Estadual Abel Coelho, apresentou uma pesquisa química de biodiesel. Foram projetos para inglês e o mundo todo verem. E o que há em comum entre eles? Todos foram apresentados inicialmente em feiras de ciências locais e, por último, na Feira de Ciências do Semiárido na Ufersa, no ano passado, de onde receberam as credenciais para o Fórum de Londres.

Em 2015, a Feira de Ciências do Semiárido acontece em outubro no Expocenter, é o único evento do gênero, na região, no volume de trabalhos e na relevância. Aproximadamente 100 escolas públicas apresentam os melhores trabalhos produzidos ao longo de um ano. O Programa de Extensão Ciência para Todos no Semiárido Potiguar é uma iniciativa da Universidade Federal Rural do Semi-Árido e da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura e apoio das Diretorias Regionais de Educação – Dired. A Feira de Ciências do Semiárido, que chega a sua quinta edição esse ano, se transformou num grande trampolim para a pesquisa científica dentro dos ensinos fundamental e médio.

Fonte: Assessoria

 

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