As bolsas asiáticas despencaram nesta segunda-feira diante da incerteza sobre a economia da China, enquanto os principais mercados europeus também abriram em baixa. O resultado reflete a preocupação de que a economia chinesa estaria desacelerando mais rápido do que o previsto pelos analistas. O pessimismo aumentou diante da falta de novas medidas de estímulo de Pequim no fim de semana.O Xangai Composto, principal índice chinês, despencou 8,49% – o pior resultado desde 2007 – e acumula perdas de 38% desde junho. O outro índice chinês, o Shenzhen Composto, de menor abrangência, caiu 7,7%. Em outras partes da Ásia, as perdas foram igualmente pesadas. A bolsa de Tóquio fechou em queda de 4,6% e Seul caiu 2,47%. Em Hong Kong, com o pregão ainda em andamento, a bolsa recuava mais de 4,6% às 5h50 de Brasília.
Na Oceania, a bolsa australiana teve baixa de 4,1% e terminou o dia no menor nível em dois anos, influenciada pelo fraco desempenho dos mercados asiáticos e também pela queda nos preços de commodities, como o petróleo e metais.A incerteza também contamina os mercados europeus. Na manhã desta segunda, a bolsa de Londres operava em baixa de 2,5%, enquanto os índices em Frankfurt e Paris caíam mais de 3%.
Um dos fatores para o pessimismo foi a ausência de novas iniciativas, ao longo do fim de semana, do governo chinês para estimular a segunda maior economia do mundo. Fontes do Banco Central chinês, no entanto, disseram ao Wall Street Journal que a instituição planeja anunciar em breve novas medidas de injeção de liquidez no sistema financeiro.Os últimos indicadores comprovam que a China de fato atravessa um período de desaceleração. Na indústria, por exemplo, a atividade se contraiu em agosto no ritmo mais intenso em seis anos e meio. A inesperada desvalorização do yuan, anunciada pelo BC chinês há duas semanas, é outro fator que alimentou suspeitas de que a economia do país está em pior estado do que se imaginava.
O sentimento nos mercados também é afetado pela possibilidade de as dificuldades da China comprometerem a perspectiva da política monetária nos Estados Unidos. Existe a avaliação de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderá adiar para o final do ano – ou talvez para 2016 – o planejado primeiro aumento dos juros básicos em quase uma década. Anteriormente, muitos apostavam que o início do aperto monetário viria na reunião de setembro. (Veja/Com Estadão Conteúdo)
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