Autoridades da Suíça enviaram para o Brasil dados de uma conta secreta atribuída ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O volume de recursos – que está sendo mantido em sigilo – foi bloqueado pelas autoridades suíças.O peemedebista é alvo de um inquérito aberto pelo Ministério Público suíço, em abril deste ano, por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, segundo a Folha apurou com pessoas familiarizadas com a investigação.
Os dados da investigação suíça foram enviados pelas autoridades para a PGR (Procuradoria-Geral da República).Procurados, o Ministério Público da Suíça e Procuradoria-Geral da República ainda não se manifestaram.
NAS DELAÇÕES
Cunha já foi citado por dois delatores da Operação Lava Jato – os lobistas Júlio Camargo e Fernando Soares, o Fernando Baiano – como destinatário de US$ 5 milhões que seriam propina em um afretamento de navios-sondas pela diretoria internacional da Petrobras, controlada pelo PMDB.
Também preso na Lava Jato, o lobista João Augusto Henriques, ligado ao PMDB, disse que fez depósito em uma conta no exterior que tinha Cunha como beneficiário.Pela versão de Henriques, ele não sabia que a conta pertencia ao deputado do PMDB. Ele disse que só soube que Cunha era o controlador da conta, mais tarde, por autoridades suíças.No depoimento ele não citou nem o valor nem data da operação.
FILHO DE DINIZ
O pagamento, segundo o lobista, era devido a uma comissão para o economista Felipe Diniz, filho do deputado federal Fernando Diniz (PMDB-MG), morto em 2009. Diniz teria direito a uma comissão por ter ajudado no negócio de aquisição pela Petrobras de um campo de exploração em Benin, na África.O advogado de Cunha, Antonio Fernando de Souza, procurado pela reportagem, mas ainda não foi localizado.
Poste seu comentário