O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki atendeu à Procuradoria-Geral da República e autorizou a abertura de uma novo inquérito contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O pedido de investigação decorre da descoberta de contas secretas na Suíça das quais Cunha seria beneficiário. A mulher do presidente, Claudia Cruz, e sua filha, Danielle Cunha, também são citadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Na semana passada, o Ministério Público da Suíça enviou ao Brasil documentos que mostram a origem do dinheiro encontrado nas contas atribuídas a Cunha. De acordo com os investigadores da Operação Lava Jato, os valores podem ser fruto do recebimento de propina em um contrato da Petrobras na compra de um campo de petróleo em Benin, na África, avaliado em mais de US$ 34 milhões.

 

Com o novo inquérito, Eduardo Cunha passa a ser alvo de dois processos no Supremo. Em agosto, Janot denunciou o presidente da Câmara dos Deputados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Na denúncia apresentada ao Supremo, Janot afirmou que Eduardo Cunha recebeu U$S 5 milhões por meio de empresas sediadas no exterior e de fachada em um contrato de navios-sonda da Petrobras.

Embora negue ter recebido propina ou manter contas secretas no exterior, Eduardo Cunha foi citado diversas vezes por delatores e investigados na Lava Jato. Nesta quinta-feira, o ‘Jornal Nacional’ reportou que Fernando Soares, operador do PMDB no petrolão, afirmou em acordo de colaboração premiada que levou de R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo ao escritório de Cunha.

Antes que o STF aceitasse o pedido da PGR, Cunha minimizou a nova investida do Ministério Público. Repetindo a tese de que é perseguido pela PGR, Cunha afirmou que “quinta é o dia normal” para serem divulgadas notícias contra ele. “Vamos ver o que vai sair na semana que vem. Já estamos habituados”, ironizou. (Veja/Com Agência Brasil)

 

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