Via Blog do Kennedy
Vem ganhando força entre integrantes do governo a avaliação de que não é possível ficar prisioneiro da ameaça do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de dar seguimento à abertura de um eventual processo de impeachment de Dilma Rousseff.Ou seja, seria preciso enfrentar essa ameaça que paralisa a administração. Ela também suga a energia do governo para lutar por medidas econômicas que precisam ser adotadas e aprovadas no Congresso. Essa indefinição acelera o agravamento da crise econômica.
A indefinição é boa para a oposição, que desgasta o governo. É muito boa para Cunha, porque lhe dá sobrevida política e tempo para jogar com governo e oposição sobre o melhor caminho a seguir. E é ruim para o governo, que fica refém do presidente da Câmara. Em algum momento, Dilma terá de enfrentar a realidade.
Isso não significa que o governo vá hostilizar Cunha. A presidente Dilma foi aconselhada, por exemplo, a parar de alfinetar o presidente da Câmara. Mas o governo se prepara para agir em duas frentes.Voltar a recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal), alegando que Dilma não cometeu crime de responsabilidade e que um pedido de impeachment seria inconstitucional. Assim, tentaria travar a abertura de uma comissão especial na Câmara via Supremo.
Noutra frente de ação, o governo busca votos na Câmara para o caso de ter de enfrentar votações. Se obtiver uma decisão favorável no Supremo ou se vencer uma votação sobre impeachment na Câmara, Dilma conseguiria virar a página de um tema que paralisa o governo e causa dano à economia.
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