Uma decisão do juiz Sérgio Moro em ação penal da Operação Lava Jato deverá expor algumas entranhas do Partido dos Trabalhadores. O juiz quebrou o sigilo telefônico do partido em São Paulo, incluindo linhas fixas e celulares, em ação penal na qual o réu é o tesoureiro João Vaccari Neto. A preocupação do PT é que o sigilo vai identificar todas as pessoas que fizeram ligação para o partido em São Paulo. Rui Falcão pediu essa semana que o juiz Moro suspenda a quebra do sigilo de um dos celulares que eram utilizados por Vaccari e o telefone-tronco do partido. O celular, justifica Falcão, não era utilizado apenas pelo tesoureiro João Vaccari Neto. A preocupação no partido é que vários outros dirigentes teriam utilizado o aparelho. Rui Falcão argumenta que a decisão de Sérgio Moro vai “invadir a privacidade de centenas de pessoas” e que isso caracterizará “ofensa” à Constituição.

O juiz Moro, ao negar o pedido do PT, justificou que “a quebra de dados das ligações não revela o conteúdo mesmo das comunicações, não representando, apesar das reclamações, intromissão profunda na esfera privada de pessoas ou do partido político”. O juiz não vê motivos para rever sua decisão. “Particularmente, não vislumbro com facilidade os prejuízos sofridos pelo Partido dos Trabalhadores pela desvelação do conteúdo dos registros de telefones que podem ter sido utilizados por João Vaccari Neto que era Secretário de Finanças do Partido”, escreveu o juiz. (Veja/Hugo Marques, de Brasília)

 

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