Em vários episódios da Operação Lava Jato, a revista Veja previu que algum dos atingidos fecharia um acordo de delação premiada que seria devastador ou para a presidente Dilma Rousseff, ou para o ex-presidente Lula. Foi assim com o empresário Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e também com o executivo Léo Pinheiro, da OAS.Agora, o “futuro delator” é ninguém menos que o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na semana passada pelo ministro Teori Zavascki, quando se descobriu que ele negociava o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, para beneficiar a si e ao banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.
Na capa de Veja desta semana, Delcídio foi retratado como “A testemunha”, que teria guardados todos os segredos da era petista – do “mensalão”, quando foi relator da CPI dos Correios, ao “petrolão”.Veja argumenta ainda que Delcídio não estaria defendendo apenas seus próprios interesses e do banqueiro André Esteves ao negociar o silêncio de Nestor Cerveró – ele atuaria em missão partidária para conter danos a Lula e ao Palácio do Planalto.
No entanto, até agora não há nenhuma evidência concreta de que Delcídio esteja disposto a se tornar delator. Mas quem também aposta em sua delação é jornalista Renato Rovai, editor da revista Fórum:”O senador Delcídio Amaral está longe de ser um dirigente ou um quadro partidário. Sempre foi um outsider da política que se movia por interesses próprios. E agora, descobriu-se, também privados. Uma pessoa com essa característica não tem compromisso com projetos e nem com coletivos, mas com sua pele”. (Do Portal BR 247)
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