Em solidariedade ao vice-presidente, Michel Temer, o ministro Eliseu Padilha, da Aviação Civil, avisou o PMDB que vai deixar o cargo.

Diante da pressão do Palácio do Planalto para forçar uma posição de Temer contra o impeachment, aliados mais próximos do vice têm demonstrado forte constrangimento.

Padilha foi o primeiro a avisar à cúpula do partido sua decisão de deixar o governo petista. Entre os aliados de Temer, a expectativa é que outros ministros tomem decisão semelhante.

O pedido de demissão da Secretaria de Aviação Civil apresentado Eliseu Padilha, já protocolado no Palácio do Planalto, é sinal de alerta para o governo. Padilha entrou no governo para demonstrar o apoio do conjunto do PMDB e de Michel Temer, a quem ele é muito ligado. O distanciamento de Temer confirma como o momento é delicado para a relação governo-PMDB.

Padilha não compareceu à reunião da presidente com os ministros representantes dos partidos aliados, num primeiro sinal de que estaria se afastando do governo. À noite, pediu audiência ao ministro-chefe da Casa Civil, Jacques Wagner, para apresentar sua demissão. Não foi atendido (o ministro alega que não foi informado do pedido de encontro), então Padilha decidiu protocolar a carta de demissão. O Palácio do Planalto ainda não confirma o pedido.

O governo ja trabalhava com um PMDB dividido. A ala de Cunha claramente é contrária a Dilma. A surpresa momento é a postura do vice Michel Temer, que está marcando posição mais distante das ações políticas do governo. A ausência de Temer na reunião com ministros nesta quinta foi um sinal.

É interesse do grupo de Temer deixar claro esse distanciamento. Por isso, o grupo tem feito questão de desmentir frases atribuídas a ele. Aliados do vice também têm difundido que ele ficou 20 minutos em conversas com a presidente nesta quinta e não deu conselhos jurídicos para ela. Na conversa, segundo o grupo de Temer, ele apenas disse que Dilma cumprisse o papel institucional e enfrentasse o processo de impeachment sem bater de frente com Cunha. (G1)

 

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