Após muita confusão no plenário da Câmara, a chapa apoiada pela oposição e por uma ala do PMDB foi eleita, hoje, para a comissão que analisará o processo de impeachment na Câmara, com 272 votos dos 471 deputados que votaram. A chapa apoiada pelo PT e pelo governo teve 199 votos.

A votação foi secreta. O resultado foi comemorado com gritos de “impeachment, impeachment” de deputados no plenário, enquanto parlamentares da base estenderam uma grande faixa com a inscrição “não vai ter golpe”.

O início da votação que escolheu a comissão especial para analisar a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) começou com tumulto entre os deputados. Deputados do PT e da base do governo, contrários à eleição por voto secreto determinada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tentaram ocupar as cabines de votação para impedir que os outros deputados votassem. O PC do B entrou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) em que pede que a eleição da comissão seja feita por voto aberto. Até as 18h22 desta terça-feira, o Supremo não havia ainda se pronunciado.

Com a confusão, o equipamento de duas das cabines foi danificado. A cabine conta com uma tela sensível ao toque e um aparelho de biometria para conferir a impressão digital dos deputados. Duas chapas concorriam para compor a comissão do impeachment. Uma delas foi formada após a ala do PMDB favorável ao impeachment se unir aos partidos da oposição. Apesar disso, todos os partidos terão representantes na comissão de 65 deputados.

 

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