Via  G1

 

Após ser destituído como relator do processo que investiga o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Fausto Pinato (PRB-SP) desabafou, hoje, sobre as ameaças sofridas quando elaborava parecer pela continuidade das investigações. Ele afirmou que teve medo de ser morto e que hoje anda com escolta policial e carro blindado. Em relato gravado pelo G1, Pinato se emociona ao falar do assunto. Hoje, o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Cunha, determinou a substituição de Pinato na relatoria do processo. Ele atendeu questão de ordem formulada pelo deputado Manoel Júnior (PMDB-PB), segundo a qual Pinato não poderia exercer a função porque é do PRB, sigla que compôs a chapa de Cunha na eleição para presidir a Casa.

“Cheguei a pensar que poderia morrer, sim. Eu fui abordado em aeroporto. Meu motorista foi abordado por pessoas desconhecidas. O que eu passei eu não desejo a ninguém. Me abordaram pedindo para eu pensar na minha família, dizendo que tenho filho pequeno, que tenho família”, relatou Pinato. O deputado afirmou que fez um boletim de ocorrência, em São Paulo, relatado as ameaças e pediu discrição ao secretário de Segurança do estado.

Ele disse que hoje anda com escolta policial e que a família passou a usar carro blindado. “Sofri ameaças, sofri pressão. Contratei segurança. Tenho policial militar dormindo na minha casa. Um amigo emprestou carro blindado. Tem reservado da Polícia Militar na minha casa. Registrei boletim de ocorrência e protocolei pedido para que o Ministério da Justiça apoiasse as investigações”, afirmou Pinato, acrescentando que as ameaças eram feitas por desconhecidos.

As primeiras notícias de que Pinato estava sofrendo ameaças surgiram em 19 de novembro, quando o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), e o vice-presidente do colegiado Sandro Alex (PPS-PR), apresentaram questão de ordem no plenário da Câmara solicitando proteção ao parlamentar.

Pinato confirmou as ameaças, mas evitava falar sobre o assunto quando era abordado pela imprensa. O deputado disse ainda que acreditar que os aliados de Cunha farão o possível para evitar a elaboração de um parecer que defenda a continuidade das investigações.

“O único parecer que vão aceitar é pelo arquivamento. Entre ficar com a manada e ficar com 200 milhões de brasileiros, resolvi manter o processo. Não sou apegado a cargo de relator. Sou apegado à verdade e à justiça. Peço ao PT e ao PSDB que entrem em obstrução. Porque hoje sou eu. Amanhã pode ser o presidente do Conselho de Ética”, disse.

 

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