Estadão Conteúdo – A presidente Dilma Rousseff orientou nesta segunda-feira (21) os novos ministros da equipe econômica Nelson Barbosa (Fazenda) e Valdir Simão (Planejamento) a atuar para retomar o crescimento do País sem “guinadas” bruscas. Em discurso de posse dos ministros no Palácio do Planalto, a presidente destacou que é preciso restabelecer o ambiente de confiança para atrair investimento no Brasil.

“Três orientações imediatas eu levo aos ministros da área econômica: trabalhar com metas realistas e factíveis para construir credibilidade; atuar para estabilizar e reduzir consistentemente a dívida pública; e fazer o que for preciso para retomar crescimento sem guinadas e sem mudanças bruscas, atuando dentro do ambiente, de estabilidade e de previsibilidade”, enumerou a presidente, no pronunciamento de 15 minutos.

Em vários momentos do discurso, Dilma destacou que o governo tem se esforçado para manter o equilíbrio fiscal. Frisou que foi feito um “extraordinário” ajuste. “Não falta e não faltará o equilíbrio fiscal”, disse. Mas, lançando o mote para a nova gestão, destacou que a nova política econômica deve ter duas vertentes, o equilíbrio e o crescimento. Em sua fala, Dilma defendeu a simplificação do sistema tributário para que as empresas não tenham medo de crescer. Ela disse que as reformas do PIS/Cofins e do ICMS podem destravar os investimentos e afirmou que o governo tem trabalhado constantemente nas concessões, aprimorando os marcos regulatórios. A presidente destacou que duas atitudes são essenciais, a flexibilidade e a previsibilidade, a fim de construir um ambiente “amigável” para os investimentos. Ela citou ainda que houve avanços para a retomada do crescimento e do investimento privado. A presidente disse que em 2015 o governo perseguiu uma estratégia de estabilização fiscal com metas realistas e transparentes.

Mas disse ser preciso ir além de cortar gastos e cobrou ser necessário reduzir as desigualdades sociais e regionais. Destacou que ainda há tarefas “importantíssimas” para arrumar as contas públicas, pedindo a “cooperação” do Congresso para aprovar a DRU e o retorno da CPMF. Em linha com as declarações iniciais de Nelson Barbosa, Dilma afirmou ser preciso aprovar reformas como a da Previdência. E disse que continuará dialogando com o Congresso para aprovar as medidas necessárias. Ao final do discurso, Dilma disse que não faltará apoio aos novos ministros e frisou ter “plena confiança” no trabalho deles Disse também que um sucesso da equipe econômica será uma vitória do Brasil e do povo brasileiro. A cerimônia da equipe econômica foi esvaziada dos principais atores políticos do PMDB. Os presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o vice-presidente Michel Temer, em rota de colisão com Dilma, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tido como aliado pelo Planalto, não compareceram.

 

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