Via O Tempo
Em um contraponto ao presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu a recondução, em março, do vice-presidente Michel Temer ao cargo de presidente nacional do PMDB. Segundo ele, que diz não ver possibilidade da saída do peemedebista, há atualmente “maioria tranquila” dentro do partido para a manutenção de Temer no cargo. “Todas as vezes que alguns grupos tentaram (tirá-lo), nunca tiveram sucesso no voto dentro da convenção nacional do partido”, disse. À frente da legenda desde 2005, o vice-presidente enfrenta movimento articulado por Renan para retirá-lo do posto. O presidente do Senado tem buscado apoio entre dirigentes estaduais da sigla no Rio de Janeiro, Ceará, Paraná, Piauí, Amazonas e Pará.
Em uma provocação, Cunha afirmou que o diretório estadual de Alagoas, comandado por Renan, tem um número “muito pequeno” de delegados, ou seja, insuficiente para derrubar Temer. Não são os Estados menores que conseguem decidir. Quem decide são os Estados maiores, onde a predominância de favoráveis à manutenção da chapa é a mesma”, disse.
PRÓXIMO A DILMA
A investida contra Temer coincide com o momento em que Renan se aproxima da presidente Dilma Rousseff. Nos bastidores, Renan defendeu que a petista deveria encampar uma agenda econômica desenvolvimentista e pareceu satisfeito com a nomeação de Nelson Barbosa para a Fazenda – antes, vinha criticando a agenda do ex-titular da pasta, Joaquim Levy.
Para Cunha, o novo ministro assume o cargo com um “descrédito no mercado financeiro” e passa a imagem de que a política econômica será exercida na verdade pela presidente em meio a uma “situação econômica grave”. Ele considerou, no entanto, que em sua avaliação pessoal, o novo ministro é um “bom quadro”. Segundo o peemedebista, Levy não tinha uma política econômica e estava procedendo de maneira equivocada “ao buscar o aumento de receita com a elevação de impostos”.
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