De Marisa Gibson, na sua coluna Diário Político deste domingo:
Já se disse tudo a respeito do PMDB, mas nunca houve uma fragmentação tão grande como a que atinge o partido desde 2015, provocada pelas disputas internas e pelo desmoronamento ético de alguns integrantes. E é nesse ambiente de acirramento, como acontece sempre nos momentos de crise, que o peemedebista Jarbas Vasconcelos – dissidente de longas datas – surge como o político que pode ajudar a sigla a sair da beira do abismo.
No momento, esse abismo é a convenção do PMDB, a ser realizada em março e onde está em jogo a permanência do vice-presidente Michel Temer no comando nacional do partido. Acredita-se que Temer tem uma maioria que garante a sua recondução, mas seus adversários não são fracos, como é o caso do presidente do Senado, Renan Calheiros.
O vice é um bom articulador, mas está sendo obrigado a fazer uma peregrinação pelos estados para garantir o seu lugar. Nesta semana, vem a Pernambuco e Jarbas, deputado federal, é a figura central dessa visita. Embora tenha se aproximado de Temer, Jarbas é categórico:
“Sou dissidente, votei contra Temer no partido e nas urnas, mas mexer no comando do PMDB agora é uma aventura. Votarei nele”.Jarbas pondera que o partido não vai bem, há uma desconfiança da população e qualquer mudança afetaria um eventual governo Temer. Evidentemente, Jarbas continua apostando na renúncia da presidente Dilma.
“De São Paulo ao Maranhão, a situação é gravíssima. O Brasil não suportará mais três anos desse governo, a crise está incorporada e tudo isso leva a Temer”.Assim, avisa, o PMDB não pode dar um passo em falso, advertindo ainda que “partido deve se preparar para que Temer possa fazer uma ampla coalizão, maior do que a do governo de Itamar.
Bem, o deputado vive um momento privilegiado: é um dissidente que une e tem sua credibilidade atestada por líderes de todos os grandes partidos e também do baixo clero – grupo de parlamentares que, por um conjunto de fatores, fica no ostracismo. Nessa condição, Jarbas continua sendo incentivado a disputar a presidência da Câmara dos Deputados. Mas, essa é outra história, que só irá adiante com a saída de Eduardo Cunha do cargo.
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