Uma operação com apoio das Polícias Civil e Militar de Apodi cumpriu, na manhã desta terça-feira (26), nove mandados de prisão preventiva expedidos pela Juíza de Direito Ana Clarisse Arruda Pereira contra o vereador João Evangelista de Menezes Filho e outras oito pessoas, atendendo pedido do Ministério Público. Participam das investigações oito Promotores de Justiça.

João Evangelista de Menezes, que é presidente da Câmara de Vereadores de Apodi, já vinha sendo investigado criminalmente pelo GARPP (Grupo de Atuação Regional de Defesa do Patrimônio Público), GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate à Criminalidade Organizada) e pela Promotoria de Justiça da Comarca de Apodi há mais de nove meses, por suspeita de desvio de recursos públicos da Casa Legislativa.

No curso das investigações da operação, denominada Apóstolo, interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial mostraram uma intensa articulação do presidente da Câmara no intuito de intimidar testemunhas e assim interferir no conteúdo dos seus depoimentos, além de ter destruído documentos que interessavam às investigações.

Diante dessas circunstâncias, não restou ao Ministério Público outra alternativa senão requerer a custódia cautelar do investigado e de outras oito pessoas, que vinham tentando inviabilizar as investigações. Os elementos de prova até agora colhidos apontam para a prática dos crimes de peculato, extravio de documentos públicos, falsidade ideológica e uso de documentos falsos, associação criminosa, denunciação caluniosa, usurpação de função pública e falso testemunho, cujo somatório das penas pode chegar a até 47 anos de prisão.

Além do presidente da Câmara Municipal de Apodi, João Evangelista de Menezes Filho, outras oito pessoas foram detidas na Operação Apóstolo, deflagrada pelo Ministério Público nesta terça-feira (26) em Apodi. São eles: Franciele Fernanda Barbosa de Morais, Francisco Tibério Lopes Medeiros, João Paulo de Oliveira, Paulo Henrique de Oliveira, Mozaniel de Souza Vieira, Laerton Clayton Jales Targino, Alderi Rodrigues Vieira Sobrinho e Margônia de Lima Chaves. Todos os presos estão à disposição da Justiça em celas do Centro de Detenção Provisória Agente Ronilson Alves da Silva, em Apodi.

O que pesou para a prisão do presidente da Câmara Municipal de Apodi, João Evangelista de Menezes Filho, durante a Operação Apóstolo na manhã desta terça-feira (26)? Investigado há nove meses pelo Ministério Público por desvios de recursos públicos da Câmara Municipal, principalmente em compras de combustíveis, Evangelista teria aproveitando-se da condição de agente público (vereador e presidente da Câmara Municipal) e da sua liberdade, tentou frustrar o decorrer das investigações deflagradas, ao ordenar que Servidores da Contadoria da Câmara de Vereadores destruíssem diversos “cupons de abastecimento”, os quais seriam imprescindíveis à identificação dos verdadeiros beneficiários dos combustíveis pagos pela Câmara Municipal e, claro, à condução das investigações.

Como se isso não bastasse, o Ministério Público aduz, ainda, que as conversas interceptadas teriam demonstrado que o investigado João Evangelista interferiu diretamente no depoimento das testemunhas que seriam ouvidas naquele Órgão Ministerial, direcionando-as a mentir e/ou a omitir fatos que pudessem comprometê-lo, o que de fato teria vindo a acontecer posteriormente, tornando necessária, portanto, a segregação cautelar de João Evangelista, bem como de 08 frentistas do Posto de Combustíveis Gonzaga Melo que teriam praticado falso testemunho, com o intuito de garantir o bom e regular andamento da instrução criminal.

 

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