O delator Fernando Moura, amigo do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e operador do PT, confessou nesta quinta-feira ter mentido em depoimento prestado ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato em Curitiba (PR), na semana passada. A revelação foi feita um dia depois de o Ministério Público Federal (MPF) ter ameaçado cancelar seu acordo de delação premiada, sob o argumento de que houve “flagrante contradição” em um trecho dos relatos concedidos no dia 22 de janeiro.
O trecho dos relatos de Moura que irritou os procuradores refere-se ao motivo de sua saída do país, em 2005, auge do escândalo do mensalão, supostamente por sugestão de Dirceu – réu e preso da Lava Jato por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Em agosto de 2015, no acordo firmado com a Justiça, o lobista confessou que “resolveu se mudar para Paris após receber a ‘dica’ de José Dirceu para ‘cair fora’”.
Na sexta-feira da semana passada, no entanto, Moura mudou sua versão. “Depois que eu assinei [o acordo de colaboração] que eu fui ler, eu disse que foi o Zé Dirceu que me orientou a isso. Não foi esse o caso. Eu saí, porque saiu uma reportagem minha na Veja, em março de 2005″.
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