Agora, a prisão de João Santana fará o PMDB considerar o meu conselho com dez meses de atraso. Ministros do Tribunal Superior Eleitoral já avaliam, segundo o Radar, que o foco da nova fase da Lava-Jato nos pagamentos feitos ao marqueteiro no exterior – o que é proibido pela lei eleitoral – reforça a ação de cassação de mandato eletivo contra a suposta presidente Dilma Rousseff e o suposto vice Michel Temer.
O senador Aécio Neves disse a Globonews que vai pedir a juntada da documentação da 23ª fase da operação na ação do TSE já a partir de terça-feira (23). O procurador Carlos Fernando Lima disse que nunca antes a Lava Jato colheu tamanha “riqueza documental”. As peças políticas apresentadas por Dilma e Temer em suas defesas, com acusações de que o PSDB recebeu dinheiro das mesmas empreiteiras, perdem ainda mais o sentido com as provas dos pagamentos milionários de origem no esquema de corrupção da Petrobras ao marqueteiro da campanha presidencial.
Se os peemedebistas tivessem embarcado no impeachment dez meses atrás (ou mesmo quatro, como ameaçaram) em vez de trocarem seus votos por ministérios do governo, teria sido bem mais prático evitar o prosseguimento da iniciativa tucana no TSE.
Como o impeachment de Dilma não afasta o risco da cassação posterior de Dilma e Temer, o PMDB, mesmo que embarque no processo agora, terá de fazer pressão redobrada para que os ministros evitem a derrubada consecutiva de dois presidentes em nome da preservação da estabilidade das instituições. (VEJA)
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