Presidentes e líderes de partidos de oposição no Congresso Nacional, reunidos na noite desta sexta-feira (4), reafirmaram integral apoio e confiança nas instituições nacionais e no trabalho de investigação feito pela Operação Lava Jato. Os oposicionistas decidiram também obstruir todas as votações na Câmara dos Deputados a partir de segunda-feira (7) para pressionar pela instalação da comissão especial destinada a apreciar o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

Em nota divulgada após a reunião, a oposição afirma que não faltarão coragem, determinação, nem serenidade, a seus membros. “Coragem para defender a democracia; determinação para defender a Constituição; serenidade para não aceitar provocações daqueles que, sem argumentos, insistem em confundir a sociedade enquanto tentam fugir das suas responsabilidades.”

A nota diz que a oposição convocará os brasileiros para acompanhar os acontecimentos e que rechaça “com vigor” as ameaças de radicalismo, que “só têm como objetivo esconder a verdade e dividir o país”. A oposição convoca ainda a população para ocupar, no próximo dia 13, as ruas de todo o país “para permitir o reencontro do Brasil com seu futuro”. Os oposicionistas ressaltam que “é hora de exigir respeito ao Estado Democrático de Direito, que determina que nenhum brasileiro está acima das leis e da Constituição”, e que todos, “sem exceção, devem responder pelos seus atos perante a justiça”.

“Os brasileiros têm direito de conhecer a verdadeira história do país, escondida, durante anos, pelas mentiras, pela manipulação e pela propaganda”, acrescenta a nota da oposição. Os partidos defendem ainda o rigor das investigações feitas pela Operação Lava Jato, dizendo que são “imprescindíveis para estabelecer a verdade e determinar a responsabilidade de todos os envolvidos” naquele que consideram “o maior escândalo de corrupção da história do país”.

Obstrução

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que os líderes da oposição na Câmara dos Deputados decidiram obstruir todas as votações da Casa até a instalação da comissão encarregada de analisar o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Segundo Aécio, a decisão foi respaldada pela direção dos partidos de oposição no Congresso. “Vamos, a partir de segunda-feira (7), discutir os graves problemas brasileiros e permitir a instalação dessa comissão [do impeachment].”

Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), a crise nacional é o que há de mais importante para ser discutido agora. “Vamos obstruir as votações e exigir a instalação imediata da comissão do impeachment”. Imbassahy citou dois fatos relevantes ocorridos nesta semana, que servem de instrumento para pressionar pela instalação da comissão: o suposto acordo de delação premiada feito pelo ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral (PT-MS) e os fatos da Operação Lava Jato, que “hojem atinge diretamente o núcleo político responsável por tudo o que aconteceu no país.”

 

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