Por Josias de Souza

Longe dos refletores, intensificaram-se nos últimos dias os contatos do PSDB com o vice-presidente da República Michel Temer. Em conversas realizadas abaixo da linha d’água, o tucanato tenta pavimentar com o substituto constitucional de Dilma o caminho que leva ao impeachment. Avalia-se que, para chegar aos 342 votos necessários à aprovação do impedimento da presidente no plenário da Câmara, falta apenas a garantia de que o PMDB de Temer fala sério quando diz que romperá com o governo na reunião do diretório convocada para 29 de janeiro.

Os tucanos se achegaram a Temer antes que Lula tivesse a oportunidade de deflagrar a operação ‘fica, PMDB’. Fazem isso porque atingiram uma rara unidade interna. Estavam divididos. Aécio preferia que Dilma fosse cassada pelo TSE, com a consequente convocação de nova eleição. Serra, com um pé do ministério de Temer, torcia pelo afastamento via Congresso. E Alckmin desejava manter a presidente petista sangrando no cargo até 2018.

O agravamento da crise empurrou a cúpula do PSDB para uma unidade a favor do impeachment, agora visto como melhor alternativa também por Fernando Henrique Cardoso. Há um consenso também em relação à inevitabilidade de participação num eventual governo de transição comandado por Temer.

 

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