A presença dos nomes de 69 políticos com prerrogativa de foro entre os mais de 300 citados na superplanilha da Odebrecht justificou a decisão do juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações em primeira instância da Operação Lava Jato, de encaminhar a relação para o Supremo Tribunal Federal. No documento constam nomes de sete ministros de Estado, 14 senadores e 46 deputados federais, além dos presidentes das duas Casas do Congresso, Renan Calheiros (Senado) e Eduardo Cunha (Câmara).

 Esta lista dos citados na planilha pode ser ainda maior porque ao menos três deputados eleitos em 2014 citados na planilha se licenciaram do cargo para assumir funções administrativas no Executivo em seus respectivos Estados. Outros três são suplentes de senadores e deputados, e podem garantir o foro privilegiado se negociarem assumir o lugar de seus titulares.

Considerada pela força tarefa da Lava Jato como a mais detalhada relação de pagamentos a políticos desde o início das investigações, a planilha foi encontrada em fevereiro pela Polícia Federal, durante a Operação Acarajé, a 23ª fase da Lava Jato. O documento estava no apartamento do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Júnior, preso na ocasião.

Um cruzamento de dados feito pelo jornal O Estado de S.Paulo com base no documento e prestações de contas apresentadas à Justiça Eleitoral mostra que, em vários casos, os valores são superiores aos declarados pelos candidatos indicando possível caixa 2.

Ao encaminhar para o Supremo, instância competente para conduzir investigações envolvendo ministros, senadores e deputados com mandato, o juiz Sérgio Moro apontou a necessidade de aprofundamento das investigações “diante de indícios mais concretos de que esses pagamentos também seriam ilícitos”. (ISTOÉ\Estadão\Conteúdo)

 

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