O ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), José Eduardo Cardozo, disse em entrevista coletiva nesta segunda (9) que se encontrou duas vezes com o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), antes da decisão dele de anular a sessão de votação da Câmara que aprovou o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Segundo ele, o primeiro encontrou se deu na sexta-feira (6), quando ele cobrou de Maranhão que decidisse sobre o pedido feito de anulação da votação por causa de erros cometidos pelo presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que não deu direito à defesa de se manifestar e permitiu que os partidos orientassem suas bancadas a votar de determinada maneira.
DOMINGO À NOITE
O segundo encontro ocorreu no domingo (8) à noite quando, segundo ele, Maranhão – após pedir orientação ao governador do Maranhão, Flávio Dino – pediu mais informações a ele sobre o pedido, mas não falou que decisão tomaria. Cardozo disse que só soube da decisão de Maranhão nesta manhã e defendeu que essa é uma ação comum de um advogado.
“Fiz o que qualquer um faria”, afirmou Cardozo. Ao saber que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) continuaria o processo de impeachment ignorando a decisão de Maranhão, Cardozo afirmou que não decidiu se vai entrar na Justiça contra o ato do presidente do Senado. Mas criticou o ato. “É impraticável a tese que o Senado possa deixar [o processo seguir] sem a revisão”, afirmou Cardozo.
Poste seu comentário