O rombo no Bolsa Família pode chegar a R$ 83.905.500,00 no Rio Grande do Norte. O montante está sob investigação do Ministério Público Federal, que suspeita que o recurso tenha sido desviado nos anos de 2013 e 2014 no Estado. De acordo com dados levantados pelo MPF, 29.688 servidores municipais, estaduais e federais teriam sido beneficiados com rombo, 92,6% do valor extraviado, o que representa cerca de R$ 77 milhões do total. O RN ocupa a 6º posição entre os estados do nordeste, e a 9º no ranking nacional de desvios. O Bolsa família é um principais programas sociais do Governo Federal de combate à pobreza.

O Ministério do Desenvolvimento Social, por meio de nota, disse não ignorar a possibilidade de fraude, mas transferiu a responsabilidade para o governo da antecessora, Dilma Rousseff, e para as prefeituras municipais, que fazem o cadastramento das famílias. Gerenciado por Osmar Terra desde o início do governo interino de Michel Temer (PMDB-SP), o novo ministro decidiu criar um comitê de controle “para depurar e garantir que o Bolsa Família seja destinado para quem mais precisa”, o texto não informou prazos.

O total repassado para o RN no período investigado foi R$ 1.322.391.514,00, destes, 6,3% teria sido desviado. O percentual coloca o Estado como o 6º em relação aos demais estados do nordeste. Segundo dados do MPF, além dos servidores, 2.906 doadores teriam recebido R$ 7.864.133,00. Um grupo de 123 empresários teriam sido beneficiados com R$ 214.372,00 e 21 pessoas falecidas receberam R$ 25.211,00.

No segundo grupo, foram constatados beneficiários que são, ao mesmo tempo, servidores públicos cuja família declarada tem menos de quatro pessoas, doadores de campanha em valores superiores ao recebido no programa, proprietários ou responsáveis por empresas ativas, e servidores públicos (independente da composição do clã familiar) e doadores de campanha (independente do valor doado). O Ministério Público não detalhou dados por municípios, que fazem o cadastramento das famílias, mas disse que as capitais com maiores suspeitas de fraudes no país foram Salvador, Brasília, João Pessoa, Manaus e Recife, nesta ordem.

O governo federal deposita, todo mês, um valor para as famílias que fazem parte do programa. O saque é feito com cartão emitido em nome do responsável familiar, que é preferencialmente mulher. O valor depositado é calculado por um sistema e depende do tamanho da família, da idade das pessoas e da renda que todas as pessoas da família têm. Por isso, famílias acabam recebendo valores diferentes

 

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