O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tinha certeza que escaparia do processo de cassação logo na largada, no Conselho de Ética. A Tia Eron (PR-BA) deu-lhe um tiro mortal, com o voto decisivo na aprovação do relatório. Quanto tempo agora deve durar a degola final em plenário? Para os mais apressados, uns 15 dias; para outros, até um mês. Em um ponto, a avaliação é comum: Cunha não tem chances de reagir e virar o jogo, preservando o seu mandato.
“Ele poderá ter no máximo 50 votos”, disse um integrante da Mesa. Com a cassação iminente de Eduardo Cunha, já está deflagrado o processo de disputa pela vaga. O “Centrão”, grupo de partidos que teve Cunha como seu principal líder, quer manter o comando da Casa e tem pelo menos dois candidatos: Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO). Os dois são candidatos a um mandato completo, de dois anos. Mas são lembrados.
“Isso aqui não aguenta 20 dias”, disse Waldir Maranhão a um colega da Mesa da Câmara, logo que foi proclamado o resultado do Conselho de Ética, sobre o comando da Câmara, reconhecendo que haverá nova eleição e ele não ficará no cargo. Partidos como o PSDB e o DEM, além de muitos peemedebistas, tentam articular um nome para enfrentar o candidato do “Centrão”.
E, neste movimento, tentam atrair partidos que hoje estão na oposição, como PT e PC do B. Petistas, por enquanto, reagem à ideia de se aliarem contra candidato do centrão. “Eles se juntaram ao centrão para nos derrubar, mas agora querem nosso apoio para derrotar o mesmo centrão”, disse um petista. As articulações na Câmara vão se intensificar nos próximos dias, mas há um temor rondando a cabeça de muita gente: a possibilidade de Cunha, depois de cassado, aderir ao programa de delação premiada. “Esta, sim, seria a delação de todas as delações. Aí, não ficaria pedra sobre pedra”, comparou um deputado.
Fonte: Blog do Magno
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