Por Carlos Chagas
Entre mil pesquisas, cálculos e sondagens permanentes, a impressão no Senado é de que Dilma Rousseff será arcabuzada quando se realizar a sessão de votação de seu impeachment, em agosto. Admite-se que 60 senadores se pronunciarão pelo seu afastamento definitivo. Mas… Mas se não for assim? Caso Madame consiga os votos necessários para retornar ao palácio do Planalto? Nessa hipótese, mais do que um terremoto, o país enfrentará uma hecatombe. Não sobrará pedra sobre pedra, na Praça dos Três Poderes. Porque a lei terá de ser cumprida, ou seja, sem o número necessário de senadores, a presidente hoje afastada reassumirá na plenitude de seus poderes. Michel Temer voltará ao palácio do Jaburu e os ministros perderão o emprego e, no Congresso, assistiremos a uma implosão jamais encenada. Quais serão os governadores a primeiro bater na porta do gabinete presidencial?
Não se duvida da tentativa do aparecimento de uma new-Dilma, com novas mensagens, diferentes propósitos e até uma certa dose de humildade para esconder a presunção e a empáfia. Tudo de mentirinha, é claro, porque no fundo ela estará mesmo disposta a desforrar-se das humilhações das últimas semanas. Aproveitará algumas iniciativas do substituto ou passará o apagador do quadro negro? Reconvocará os auxiliares despedidos quando o impeachment foi inicialmente aprovado?
DITO POR NÃO DITO – Que tipo de exortação fará ao país? Acertará contas com a legião de desafetos que surgiram logo depois de seu afastamento? E na condução da política econômica, dará o dito pelo não dito, enterrando Meirelles? Pesadelos costumam acontecer em muitas noites. A pergunta que se faz é se outro está a caminho. Afinal, três ou quatro senadores que mudem de opinião provocarão uma das maiores surpresas da Republica. Ou será que existirão alternativas?
Melhor, por tudo isso, que as previsões de agora se confirmem. A presidente afastada, se voltar, despertará a hecatombe.
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