Outubro está chegando, em especial o seu primeiro domingo. Nesse dia, o país escolherá seus prefeitos e vereadores para os próximos quatro anos. Com ênfase especial para as prefeituras das capitais. Alguns concorrerão a um segundo mandato, por conta da reeleição. Outros, em nome da renovação.
A dois meses e meio da decisão referente à mais importante iniciativa política de todo cidadão – manifestar-se sobre sua vida diária – não se vê uma participação sequer. É bom não esquecer o que dizia o dr. Ulysses: “Ninguém mora na nação, nem no estado. Mora-se no município.”
Em função da crise atual e seus desdobramentos, desde a falência das instituições até o festival de roubalheira que assola o país, não se vê uma só referência ou preocupação do eleitor para com as eleições municipais. Nem no interior, nos grotões, nem nas capitais maiores ou menores.
Os partidos, postos em confusão, sequer tentam sensibilizar suas bases. Desde o escândalo das empreiteiras que a fonte secou, dinheiro não sairá para amealhar votos em troca de favores. A lei de doações ficou mais rígida e a distribuição desenfreada de recursos tornou-se tão cara quanto perigosa. Pode dar cadeia.
Entre os mais de 5.600 prefeitos que serão eleitos ou permanecerão nos postos, haverá gente nova. Líderes capazes de surpreender pelas performances ou de frustrar, como rotina. O diabo é que até agora parecem inexistir. Não se fala de nenhum. Muito menos movimentos políticos em condições de despertar entusiasmo ou ânimo.
Se é assim que se inicia a renovação tão ansiada, começamos mal, sem nenhuma evidência de recuperação. Nem o cidadão comum acorda para sua participação nos próprios destinos, nem os candidatos se animam a prometer nada além da pasmaceira.
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