Por Marco Antônio Martins / Folha
Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso e Luiz Fux defendem a prerrogativa da Corte em analisar a decisão do Senado de votar separadamente o impeachment e a manutenção dos direitos da ex-presidente Dilma Rousseff de exercer funções públicas. Mesmo assim, os ministros não quiseram antecipar uma opinião sobre o caso. Os senadores afastaram Dilma em definitivo, por 61 votos a 20. Numa outra votação, logo em seguida, o plenário decidiu, porém, que a ex-presidente continua tendo direito a ocupar cargos públicos.
“Há ações propostas no Supremo, salvo engano algumas com a ministra Rosa (Weber) e outras com o ministro Teori (Zavascki). A matéria está judicializada e não posso me manifestar previamente. Tenho por princípio não comentar julgamento que ainda não ocorreu”, disse o ministro Luís Roberto Barroso.
PAPEL DO SUPREMO – “Numa democracia a interpretação final de alcance da Constituição como regra cabe ao Supremo. Agora, quanto de alto contenção de pró-atividade o tribunal deve ter, varia em função de cada matéria. Isso é que vai ser objeto da nossa apreciação”, acrescentou Barroso.
Já para o ministro Luiz Fux, o STF pode opinar sobre questões políticas. “Eu acho que, em princípio, nós, juízes, deferimos ao Parlamento a solução de questões políticas. Mas quando essas questões políticas são decididas com violação dos princípios inerentes ao estado democrático de direito é sindicável ao Supremo a apreciação dessas infrações”, disse Fux.
De acordo com o ministro Luiz Fux, o Supremo irá apreciar uma posição que prestigia a autonomia do parlamento ou entender que houve um erro de julgamento.“Pode-se entender que foi uma vontade do parlamento ou então que houve uma violação constitucional. Eu não gostaria de me pronunciar como se vai decidir isso antes do julgamento”.
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