Por Josias de Souza

Ministro mais longevo de governo em que a brigada do PT levou a amoralidade às fronteiras do paroxismo, Guido Mantega é a demonstração de que quem sai aos seus não endireita. Ao alcançar o ex-ministro da Fazenda, a Lava Jato estabeleceu um elo entre as duas ruínas que derreteram o poder petista: a derrocada econômica e a decadência ética.

Como chefe da Fazenda, Mantega servira de biombo para que Dilma Rousseff conduzisse a economia até o buraco. Descobre-se agora que o personagem fazia também o papel de cupido das boas relações do PT com empresários provedores de dinheiro sujo para campanhas da legenda.

Mantega passou mais de oito anos na Fazenda. Atravessou os governos de Lula e de Dilma. Experimentou o céu do boom econômico e o inferno da recessão. Seu envolvimento com a coleta de recursos para o PT mostra o estágio da metástase que o câncer da corrupção alcançou no organismo do Estado. Nem a Fazenda foi deixada em paz.

O ex-ministro petista é um alvo intermediário da Lava Jato. Mantega é visto pelos investigadores como um degrau na escalada que levará a investigação até Lula e Dilma. Chegou-se a Mantega a partir do cerco ao caixa das campanhas eleitorais do PT, chefiadas pelo casal do marketing João Santana e Monica Moura. A delação de Marcelo Odebrecht, à espera de homologação, reforçará o papel paralelo de Mantega.

No momento, o grande temor do PT é que Mantega, fragilizado psicologicamente e com a mulher gravemente adoentada, acabe se transformando num novo delator a serviço da Lava Jato.

 

 

 

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